Quando aparentamos tranquilidade, mas fervilhamos por dentro

[Ziva75]

É fato que nem sempre externamos como estamos nos sentindo, o que nos leva a, muitas vezes, aparentarmos exatamente o contrário do que se passa dentro de nós. É verdade que ninguém tem nada a ver com a maioria de nossos problemas, porém, engolir tudo, o tempo todo, será o pior que poderemos fazer a nós mesmos.

É muito difícil termos noção do quanto podemos nos abrir e a quem podemos contar o que sentimos. Por mais que pensamos conhecer as pessoas, jamais saberemos com precisão até onde poderemos confiar, com raras exceções. Por isso é que acabamos vivendo em duplo sentido, abrindo sorrisos enquanto nossos sentimentos encontram-se em frangalhos.

Diz-se que quem é transparente vive melhor, pois não guarda nada dentro de si, doa a quem doer. No entanto, é de se duvidar que alguém possa se sentir bem após machucar alguém que não merecia, por conta de suas explosões repentinas. É aquela velha história: para tudo, deve-se ter cautela, pois excessos de quaisquer tipos são nocivos.

Por essa razão, também não poderemos encontrar tranquilidade, caso caminhemos acumulando o peso de tudo o que sentimos, sem compartilhá-los com ninguém. Quando nos abrimos com o outro, acabamos nos livrando de muita bagagem inútil, pois ouvimos a nós próprios nessa conversa e percebemos que muito do que nos martiriza não tem tanta importância assim.

Esse exercício da partilha afetiva, portanto, é deveras importante em nossas vidas, pois é assim que muitos nós se desfazem e muitas soluções aparecem. Sempre haverá alguém com quem poderemos ser o que somos de fato, alguém que nos enxergue mesmo em meio às sombras das tempestades em que às vezes nos confinamos. Cultivarmos os relacionamentos nos poupará da luta solitária com as nossas dores.

Nem sempre poderemos externar o que sentimos da maneira como deveríamos, tão pouco deveremos nos anular em razão do que os outros poderão pensar, porém, caso tenhamos dado as mãos com inteireza a quem chegou em nossas vidas com verdade, não teremos que engolir o amargor de nossas lutas de forma solitária. Porque quem nos ama saberá nos entender e nos aconchegar, com acolhimento que cura e ilumina.

Fonte: Marcel Camargo

[Fleite]

 O desabafo alivia-nos as dores do corpo e da alma.

O problema é que quando colocámos a cabeça no ombro de alguém para chorar as nossas mágoas, não lhe estamos a ver o rosto, que muitas vezes sorri do nosso sofrimento.

Quando eu necessitar de desabafar (pois às vezes, embora não pareça também preciso), conto, não com o seu ombro mas com a sua atenção e palavra amiga.

[Cody Sweets 4ever]

Tão verdade...

[maryn]

da minha parte digo, estamos cá uns para os outros portanto desabafem à vontade comigo. Sim podem mandar mensagens que eu respondo 

[Cody Sweets 4ever]

Obrigada

[Cassandra]

Nem sempre poderemos externar o que sentimos da maneira como deveríamos, tão pouco deveremos nos anular em razão do que os outros poderão pensar, porém, caso tenhamos dado as mãos com inteireza a quem chegou em nossas vidas com verdade, não teremos que engolir o amargor de nossas lutas de forma solitária. Porque quem nos ama saberá nos entender e nos aconchegar, com acolhimento que cura e ilumina.

Muito honestamente, as pessoas, de uma forma geral, são péssimas! a "nos entender e nos aconchegar".
As pessoas não ouvem, as pessoas elaboram planos de acção, dão frases feitas que é supostos conterem o sentido da vida (mas nunca fazem sentido para quem as ouve...), dizem-nos "não fiques assim", tentam fazer coisas para nos animar. E acredito que até fazem estas coisas com a melhor das intenções mas... é mesmo isto que nos faz falta quando estamos na pior?

Se as pessoas entendessem e aconchegassem saberiam que a maior parte das vezes só precisavam de estar caladas, ouvir activamente sem dizer coisa nenhuma e abraçar-nos quando a fúria acabasse de sair e chegassem as lágrimas.

Não é uma questão de ter/sentir/demonstrar amor por alguém... é uma questão de ter jeito para "entender e aconchegar" que não brota nas pessoas apenas por elas amarem alguém, isso é uma qualidade que nasce com a pessoa.

[Ziva75]

O desabafo alivia-nos as dores do corpo e da alma.

O problema é que quando colocámos a cabeça no ombro de alguém para chorar as nossas mágoas, não lhe estamos a ver o rosto, que muitas vezes sorri do nosso sofrimento.

Quando eu necessitar de desabafar (pois às vezes, embora não pareça também preciso), conto, não com o seu ombro mas com a sua atenção e palavra amiga.

Claro que sim. Quando necessitar de desabafar e sentir que o pode fazer comigo, terá a minha atenção e palavra amiga.
E o mais importante o meu sigilo.
O desabafo alivia-nos as dores do corpo e da alma. E eu que o diga...
Mas acredite, que já tive desabafos que me aliviaram as dores outros que me trazeram mais dores.

Verdade, Cassandra, se as pessoas entendessem e aconchegassem saberiam que a maior parte das vezes só precisavam de estar caladas, ouvir ativamente sem dizer coisa nenhuma e abraçar-nos quando a fúria acabasse de sair e chegassem as lágrimas.

Mas essas pessoas eu conheço muitas que nunca chegam ao abraço, agora as outras as que me podem aconselhar, me dar razão ou me a tirarem quando não a tenho, as que perguntam estás bem, precisas de alguma coisa, o que posso fazer por ti, o que era eu sem ti amiga...
Essas eu não conheci ninguém até hoje. Pensando melhor, até cheguei a ter uma esperança, mas, estava errada.
Porque eu sempre acreditei que amigo/a é diferente de psicólogo, que não diz coisa nenhuma e no fim cobra a consulta.

[Fleite]

    Ia ser hoje, mas quando li que tinha visitas, optei por me remeter ao meu silêncio.

    Talvez amanhã se a situação persistir. Coisas minhas.

[Ziva75]

    Ia ser hoje, mas quando li que tinha visitas, optei por me remeter ao meu silêncio.

    Talvez amanhã se a situação persistir. Coisas minhas.

Quando quiser, se eu tiver disponibilidade terei muito gosto em falar consigo.

[nocturna]

Exactamente conforme está no titulo é conforme eu me sinto todos os dias.Primeiramente porque acho que n vale a pena desabafar porque ninguem me entende.Já tentei e não consegui achar realmente alguem que conseguisse compreender a produndidade dos meus problemas...Depois porque mesmo que me entendessem não me conseguiriam ajudar,penso eu,porque se eu vivo à tanto tempo a procurar respostas pra tanta coisa que se passa comigo e nunca as encontrei como vai outra pessoa encontra-las?

Além do mais,no mundo em que vivemos é mais facil desabafar com um desconhecido do que com um amigo ou familiar.Invariavelmente no seio de certas amizades nem todos sao o que aparentam e 80%dos que se dispoem a ouvir-te é por simples curiosidade e não por empatia.Invariavelmente muito do que dizemos acaba por virar-se contra nós nas mãos de um amigo "menos verdadeiro".O mesmo acontece com familiares.

Estamos num mundo muito dificil para sermos ouvidos com atenção e respeito por quem quer que seja,as pessoas sao cada vez mais individualistas e centradas em si mesmas.

[Cassandra]

Mas essas pessoas eu conheço muitas que nunca chegam ao abraço, agora as outras as que me podem aconselhar, me dar razão ou me a tirarem quando não a tenho, as que perguntam estás bem, precisas de alguma coisa, o que posso fazer por ti, o que era eu sem ti amiga...
Essas eu não conheci ninguém até hoje. Pensando melhor, até cheguei a ter uma esperança, mas, estava errada.
Porque eu sempre acreditei que amigo/a é diferente de psicólogo, que não diz coisa nenhuma e no fim cobra a consulta.

Há psicólogos que dizem coisas, esses que não dizem nada são apenas os do divã. 

Mas é precisamente por isso que disse que isto do entender e aconchegar é uma qualidade que nasce com a pessoa - é que também não se pode aprender em nenhuma escola. Podes aprender técnicas, até podes ajudar as pessoas com base nisso, mas isso é diferente de aconchegar. Não, essa qualidade não se ensina nem em escolas nem em lado nenhum.

Quem tem essa característica, é assim porque nasceu assim. Não ficou assim por causa de nenhum curso, amizade/amor ou outra experiência de vida.

Como diz a nocturna, as pessoas são muito centradas em si mesmas, perguntam se está tudo bem ou se é preciso alguma coisa por curiosidade em saber o que se passa, não é propriamente porque querem mesmo estar ali a ouvir e a dar apoio e sim, provavelmente não podem/ não sabem/ não querem ajudar porque também não estão para tentar entender.

Mas não percam a esperança! Quem sabe se um dia não conhecem alguém assim? Essas pessoas são raras, mas andam por aí.