O céu, minha desgraça...

Eu acordei após morrer,
Num lugar escuro e sombrio;
Nunca senti coisa igual,
Gemidos vindos do nada, os sons de um bacanal,
Ouvindo os gritos de horror,
O nome de Deus a ser clamado,
E eu ali espantado,
Os urros de pavor,
Eu não sabia ainda onde estava,
Mas sabia que o mal estava ali, muito proximo e presente,
Sentia-me com a sensação de me arrancarem um dente.

Uma sensação ruim, um arrepio tenebroso como uma trilha
Eu me senti sufocado em sangue angelical, em sangue não-humano
Eu achei que era o inferno mas eu estava no céu!
Uma luz estava a aumentar, ouço uma voz grave que anuncia:
Contemplai além! Cristo a chicotear todos vós!
E o Santo Miguel a empalar alguém com um cano!
Gritos horripilantes, cordas acabadas em grossos nós.

Orgias entre os anjos estavam a acontecer
Neste local imundo, o sofrimento, os presentes no local, que ali estavam,
Viam bébés sendo espancados pelo cristo e seus comparsas, que se deliciavam,
Ele é desumano, ele adora sacrifícios, e para seu deleite,
Deita-se com belas donzelas, bebe sangue ao invés de leite!
O céu não é como imaginavas, todos, todos prostrados...
Delirios de santidade? Sonhos por realizar, eternamente escravizados!

Eu pequei na terra! Cometi todos os crimes e limpei o rabo com as folhas da bíblia cristã.
O céu não é como imaginávamos
O céu não é como sonhávamos,
Não existe pior lugar do que este céu onde a dor reina eternamente!
A mente nesse sítio, jamais é ou será sã...

Vivendo em agonia, nos sentimos imundos num lugar como aquele
Nunca desejes o céu!
Nunca desejes o céu!
Ou tambem tu serás o proximo demente...

Céu, triste agonia,
Que fazer, alma perdida?
Aproveita os teus minutos,
Dá a tua alma a Satã.