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A magia da mandrágora

Iniciado por Soul2, Dezembro 28, 2016, 01:47:14

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Soul2

Quem não se lembra da Professora Sprout, de Herbologia, a pegar numa mandrágora que guinchava sem parar? Entre as páginas do livro Harry Potter e a Câmara Secreta de J.K. Rowling, e de obras como Romeu e Julieta de William Shakespeare, ou até em imagens de filmes como Labirinto do Fauno de Guillermo Del Toro, a mandrágora está presente e desperta curiosidade de quem a vê. De nome científico Mandragora officinarum L., a mandrágora é uma planta, em tempos considerada medicinal, cuja história é longa e povoada de lendas, que envolvem as civilizações hebraica, grega e romana. A mandrágora é uma planta perene e que tem uma grande raiz principal, bifurcada e muito ramificada, e que por vezes, adquire a forma humana. As folhas têm 30 centímetros e são verde-escuras, ovadas, basais e as flores são de cor amarela ou púrpura. Os frutos por ela originados são carnosos e de cor amarela, sendo aromáticos e tóxicos.

A mandrágora, planta que tem várias espécies e não apenas a referida, pertence à família botânica Solanaceae, é conhecida na história de várias civilizações por diversos nomes. A sua nomenclatura foi evoluindo ao longo dos anos, até que o nome científico que conhecemos hoje – Mandragora officinarum L. – foi dado pelo botânico sueco Carl von Linné, que criou a chamada nomenclatura binomial. O nome mais abrangente desta planta, provém do inglês mandrake, ou seja; por um lado man (homem), devido à raiz que parece ter uma forma humana, por outro drake (derivado de dragão), que faz alusão aos poderes mágicos. Sempre foi uma planta muito valorizada, quando a raiz chegou à Inglaterra, era vendida por cerca de 500 Libras.



Teofrasto, filósofo grego, que escreveu o primeiro tratado sobre plantas, contou no livro Enquiry Into Plants II, a história da lenda das mandrágoras que passamos a citar:

"O herborista só o poderia fazer à noite. Primeiro, teria de se inclinar em direção do sol poente e homenagear as divindades infernais, isto é, as forças telúricas. O produtor deveria desenhar três círculos ao redor da planta com a sua espada de ferro virgem. Então, de frente para o oeste para evitar feitiços, ele deveria cortar porções das raízes secundárias. Em seguida, não deveria proceder pessoalmente à colheita pois, no momento em que era arrancada, a planta lançava um grito que matava ou enlouquecia aquele que o ouvisse. Por isso, depois de ter cuidadosamente tapado os ouvidos com cera, o herborista amarrava um cão à planta e atirava-lhe um pedaço de carne um pouco além do seu alcance. O cão corria e caía morto. Mas a mandrágora estava arrancada. Uma colheita tão perigosa merecia uma grande retribuição. Mas que importância tinha, já que a mandrágora reembolsava largamente seu comprador. Bastava fechá-la num cofre para que ela dobrasse o número de moedas que ele continha."

Acreditava-se realmente que a mandrágora tinha poderes mágicos, tendo sido associada muitas vezes a rituais de bruxaria, e que servia como tratamento, por exemplo, para a infertilidade. Ao longo de vários séculos, autores clássicos como; Sócrates, Demóstenes, Macróbio e Teodoreto, escreveram sobre as propriedades soníferas e anestésicas desta planta. A mandrágora foi considerada por várias civilizações como tendo propriedades medicinais, narcóticas e afrodisíacas. Ainda que hoje em dia, existem vários estudos que fundamentam a presença de elementos químicos (alcaloides), que concedem propriedades alucinogênias à planta.

Todas as mandrágoras contêm alcaloides (atropina, escopolamina, etc.) que provocam delírios e outros efeitos hipnóticos e depressivos, que podem causar muitos outros sintomas como; bradicardia, delírios, vômitos e até mesmo a morte. De certo modo, a mandrágora começa a surgir como uma planta associada a tratamentos. Antigamente, transpunha-se a forma da planta para aquilo que ela tratava, se tinha a forma de rim, tratava os rins, como a mandrágora era a planta que tinha uma raiz de forma humana, então achavam que curava tudo. Apesar de estas plantas terem sido muito usadas a nível medicinal, não há conhecimento, segundo o docente, de nenhum medicamento feito a partir delas.

Textos Bíblicos

Durante a colheita do trigo, Rúben saiu ao campo, encontrou algumas mandrágoras e as trouxe a Lia, sua mãe. Então Raquel disse a Lia: "Dê-me algumas mandrágoras do seu filho."

E ela lhe disse: "É já pouco que hajas tomado o meu marido, tomarás também as mandrágoras do meu filho?" Então disse Raquel: "Por isso ele se deitará contigo esta noite, pelas mandrágoras de teu filho."

Vindo, pois, Jacó à tarde do campo, saiu-lhe Lia ao encontro, e disse: "A mim possuirás, esta noite, porque certamente te aluguei, com as mandrágoras do meu filho." E deitou-se com ela, aquela noite. (Gênesis 30:14-16)

As mandrágoras exalam o seu perfume, e às nossas portas há todo o gênero de excelentes frutos, novos e velhos; ó amado meu, eu os guardei para ti. (Cantares 7:13)

Algumas Curiosidades

– Por sua raiz antropomórfica (com forma humana) e por serem hermafroditas (possuírem dois sexos), são consideradas plantas mágicas. Os magistas costumavam esculpir suas raízes e, acrescentar detalhes, para serem usadas como "fórmulas do amor".

– Ainda hoje é usada por magistas, principalmente em magias de proteção, aumento do poder pessoal, coragem e amor. Por ser um poderoso concentrador fluídico, basta deixá-la por três dias de baixo de sua cama, para carregá-la com seu poder pessoal, durante a Lua Cheia.

– Foram apelidados pelos árabes como "as maçãs do diabo", por terem propriedades consideradas afrodisíacas.

– Nos textos bíblicos, elas estão sempre relacionadas ao romance. O nome em hebraico é Dudhaim, cuja raiz linguística é a mesma da palavra amor e, está associada a palavra Dodim, que significa amantes.

– Os antigos feiticeiros, possuíam figuras esculpidas com a mandrágora ou as mantinham em vasos, supondo que as tendo em casa, poderiam atrair diversos benefícios, como proteção e prosperidade.

– Alguns, tratavam a raiz como uma criatura animada, acreditando que essas, poderiam até predizer o futuro. Em alguns casos, serviria até mesmo para abrigar um espírito.

– No século XVI, queimavam mandrágoras e guardavam as cinzas com todo o cuidado, envolvendo-as em lenços de seda ou linho, na crença de que isso traria felicidade.

– No folclore anglo-saxão, há registros de que a mandrágora era utilizada para expulsar demônios, e também era desidratada por alguns, para ser usada como amuleto de proteção.

– Mantida em determinadas condições de calor e umidade, a raiz grossa e marrom da mandrágora, pode liberar alguns gases e vapores, que às vezes, eram chamados de "fogo fátuo" pois, acreditava-se, que era uma espécie de espírito que saía da planta.

– Existia uma crença de que as raízes talhadas com formas humanas, responderiam aos questionamentos de seus donos, como se a planta ganhasse vida própria.

– Na Idade Média, as pessoas afirmavam que as mandrágoras cresciam mais, quando eram plantadas sob a forca de assassinos executados.

– Durante a inquisição, a mandrágora era tida como planta maldita, por ser atribuído à ela, poderes místicos. As penas, imputadas à quem era encontrado com mandrágoras, eram severas.

Poção de Mandrágora para Exorcismo

Ingredientes:

✔ 1 colher de sopa de raiz de mandrágora fresca, picada em pedacinhos, ou então 1 colher de chá de sua raiz seca e moída;
✔ 1/2 colher de chá de fumária seca;
✔ 1/2 colher de chá de milefólio seco;
✔ 2 xícaras de água-benta.

Modo de Fazer:

Coloque a raiz da mandrágora juntamente com as outras ervas secas, dentro do Caldeirão. Ponha água, à parte, dentro de uma chaleira, e leve ao fogo para ferver. Depois que a água estiver fervida, despeje-a, sobre as ervas que estão no Caldeirão. Cubra-o com uma tampa, e deixe que a infusão descanse por aproximadamente quinze minutos, enquanto recita o seguinte Encantamento:

"Por meio destas meras palavras repetidas,
Eu encanto esta Infusão das Bruxas.
E que todo o mal se desfaça,
Ao te ver e ao sentir teu cheiro!"

Coe o líquido, transfira-o para uma garrafa de vidro e deixe que ele esfrie completamente, antes de utilizá-lo. Enterre as plantas restantes como forma de oferenda para a Mãe Terra, agradecendo pelas ervas mágicas, que Ela lhe deu de presente.

Segundo antigas lendas europeias, as entidades demoníacas não conseguem tolerar a aparência ou o odor de qualquer parte da mandrágora, principalmente da sua misteriosa raiz mágica. Portanto, um modo simples e eficaz de livrar a casa ou qualquer outro local das forças indesejáveis do mal, é aspergir essa Poção Mágica em torno da área que precisa ser exorcizada, no período da Lua Minguante.

Uma ressalva a ser feita: NÃO pode ser ingerida!

E justamente, porque ela exala um odor muito forte, recomendo que a prepare fora de casa, de preferência numa fogueira ou alguma churrasqueira que haja no quintal. Mas, se não lhe for possível fazer este trabalho na parte externa da casa, procure manter todas as janelas da cozinha abertas. A raiz de mandrágora, pode ser substituída no Brasil pela raiz de melão de São Caetano – Momordica charantia L. – que também possui forma humana e, os mesmos poderes e virtudes mágicas da mandrágora europeia.

Substituto de Soul

Hera

A Mandrágora dá para substituir por arruda?

Hum..... só o cheiro!  :-\