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Tarot: Coisas que talvez não saiba.

Iniciado por Fleite, Novembro 11, 2016, 10:59:52

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Fleite

     A cartomancia é uma prática muito procurada por quem quer saber o que o futuro lhe reserva, no entanto muitos dos seus segredos não são do conhecimento de quem nas cartas procura um rumo, nem de muitos que usam as cartas como forma de prestar auxilio a terceiros.

     O Tarot foi inventado no Egipto e a tradução das mensagens contidas nas cartas eram exclusivo dos sacerdotes. Porém o seu uso não era para prever o futuro, mas sim para que o futuro fosse de acordo com o que as cartas ditavam.

     Os Egípcios eram profundos conhecedores dos meandros da vida pós morte, prova disso está o famoso "Livro dos mortos" onde relatam entre outras coisas o caminho das almas até ao julgamento final. Sabiam que a alma continuava viva e por isso o Faraó engendrou uma forma de continuar a reinar mesmo depois da morte o levar.

     As cartas foi o método que engendrou para esse fim. Cada carta teria um significado que ele e aqueles da sua absoluta confiança, que ele nomeou como sacerdotes decoraram, de tal forma que seria possível uma conversa somente baseada nos símbolos e figuras que as cartas representavam.

     Somente aqueles que demonstravam um alto grau de intuição eram escolhidos para esse fim e os códigos de leitura das cartas que eles usavam foram mantidos sempre em segredo absoluto. Mesmo hoje só uma pequena elite os conhece.

     Foi assim que os Egípcios conseguiram manter o seu império. Do outro lado da vida o falecido Faraó sabia o que os outros impérios aprontavam e comunicava pelas cartas aos sacerdotes dizendo o que deveria ser feito. Os sacerdotes por sua vez comunicavam ao Faraó que no Egipto governava, como se fosse uma mensagem dos deuses.

     De notar que somente o primeiro Faraó sabia da artimanha, ele e os primeiros lideres dos sacerdotes. Depois de estabelecido como uma forma de comunicar com os deuses e por se revelar verdade o que as cartas comunicavam, os Faraós seguintes aceitavam as mensagens como recados divinos. Os sacerdotes seguintes somente aprendiam a "ler" as cartas, desconhecendo quem na verdade se comunicava. Foi dessa forma que os sacerdotes conseguiram a enorme importância que lhes foi atribuída pelos governantes dos Egípcios, pois era através deles que os deuses se comunicavam.

     A forma como é feita actualmente a leitura das cartas é idêntica à dos Egípcios pelo método, mas não pelos intervenientes na comunicação.

     Há cartomantes que o fazem por auto-intuição e também aqueles que têm uma entidade que os assiste na comunicação. De uma forma ou de outra e como em tudo nesta vida os perigos não deixam de estar presentes para quem recorre à cartomancia como método de adivinhação. Tem coisa boas e outras que poderão não ser tão boas assim.

Puca

Há autores que atribuem a origem Egípcia ao Tarot, outros á India e aos Sutras, para mim ainda é anterior. Agora registo concretos do uso de cartas só surgem na Europa a partir de 1400.

Victoria


Fleite

Citação de: Victoria em Novembro 12, 2016, 09:33:34
Quais são as coisas boas e as más? Gostaria de saber, por favor !!!

     Digo agora ao explicar como tudo se processa.

     Os sacerdotes egípcios não baralhavam as cartas nem usavam cortá-las antes de as pousarem na mesa. Primeiro invocavam os deuses e quando sentiam a sua presença seguravam as cartas por forma a que a face destas não lhes fosse visível, mas sim a quem estivesse colocado à sua frente ( o deus) e iam trocando a última com a primeira. Dessa forma a entidade que estava à sua frente ao ver a carta com o símbolo que lhe interessava, intuía o sacerdote para retirar essa carta e colocá-la na mesa e assim sucessivamente até a mensagem ficar completa.

     Não havia hipótese de haver trocas ou enganos. Era como se a mensagem fosse ditada ao sacerdote. Desta forma o conteúdo da mensagem era o resultado daquilo que a entidade via acontecer nos locais onde se deslocava e daquilo que verificava que os outros se preparavam para fazer. Podia indicar a forma como o Faraó deveria agir mantendo-se assim à frente dos seus opositores ou inimigos. Não era adivinhar ou prever futuro como se pode constatar, mas sim fazer com que esse futuro se processá-se segundo os planos que ele (deus) entendia serem os mais favoráveis.

     Os sacerdotes que "liam" as cartas precisavam de muitos anos até estarem aptos a fazê-lo tal era a minúcia da leitura.

     Actualmente as coisas passam-se de forma diferente.

     Há cartomantes que lêm as cartas por auto-intuição. Este palavrão serve para dizer que não têm nenhuma entidade a prestar auxilio na leitura. Desenvolveram a capacidade de sentir mentalmente os problemas dos consulentes e a leitura das cartas é feita baseada nessa mesma intuição. O subconsciente diz o que absorve da mente do consulente e a mensagem é transmitida. De notar que o futuro nestes casos é baseado no comportamento normal do consulente na resolução dos problemas que normalmente lhe aparecem. Se o subconsciente do/a cartomante vê que o consulente é uma pessoa sem ambições, e derrotada por natureza, o futuro que lhe lê será baseado nesse comportamento.

     Há cartomantes puramente intuitivos. Esses têm uma entidade a comunicar-lhes por intuição as mensagens, assim por intuição  dizem-lhe quando chega de baralhar as cartas, para que a resposta seja a mais conveniente possível. Nestes casos é de ter em conta que são os interesses da entidade que estarão patentes na mensagem profetizada.

     Ninguém trabalha por amor à arte e as entidades não se dariam ao trabalho de se imiscuírem na vida dos mortais se isso de alguma forma não lhes tivesse utilidade. Este facto deveria estar patente na mente de toda a gente. Estaríeis vós dispostos a dispor da vossa eternidade predizendo o futuro de quem o pergunta, a maioria das vezes só por simples curiosidade ou motivos fúteis? Acham que uma entidade mais "evoluída" se prestaria a esses esclarecimentos? Só quem não faz a mínima ideia do que se entende ser evolução espiritual pode achar que sim.

     São em grande maioria entidades que necessitam de uma ancora que os mantenha por cá, as que se prestam a estes serviços. Dessa forma alguém os chama pelo simples uso das cartas, ou mentaliza a sua ajuda, dando-lhes os meios necessários para por cá se manterem. Nenhuma entidade que seja esquecida pelos homens consegue opor-se à atração da energia universal que a atraí de volta à origem e desta forma (prestando auxilio à cartomante), essas entidades conseguem contornar esse obstáculo.

     As mensagens que intuem a quem lê as cartas, têm que ser plausíveis, senão já ninguém se acreditaria nelas, mas tudo faz parte do jogo mental com que manuseiam quem neles se acredita.

     Há também os cartomantes burlões, tal como em tudo em que entra a arte e o engenho humanos. Esses (mestres em manipulação mental), somente o fazem para extorquir dinheiro às suas vitimas.

     No entanto, em todo o processo, é a manipulação mental que em qualquer dos casos providencia para que o que é dito que vai acontecer na verdade aconteça.

     Ninguém pede uma leitura de cartas se no seu intimo não existir uma crença de que dá certo, por muito pouca que seja existe sempre alguma. Podemos dizer que quem lá vai sabe ao que vai e esse saber é sobre o que lhe vai acontecer no futuro.

     Dessa forma a curiosidade e o acreditar-se no que lhe é dito leva o subconsciente a aceitar como verdade as palavras que ouve e tudo fará para que o que lhe é predito aconteça. É auto-hipnose pura e simples. A / O cartomante pode não saber que o está a fazer, mas é isso que está a provocar, a menos que o consulente duvide do que lhe é dito. Se duvidar deixa de ser verdade e o subconsciente não aceitará.

     O mais interessante é que é bem mais fácil interiorizar o que é mau do que lhe é predito do que o que é bom.

     Mais perigoso é quando são entidades a satisfazer o pedido do consulente. Se uma entidade diz que vai acontecer algo mais força dará à mentalização pois elas são hábeis a "mexer na mente" de quem os ouve. Além de que nalguns casos têm acólitos que se encarregam de acompanhar o consulente para que faça com que as previsões deem certo, nem que para isso necessitem de mexer com amigos ou familiares. As obsessões existem e estas serão como que obsessões temporárias.

     Seria bom que as pessoas aprendessem sobre o funcionamento do cérebro, para não deixarem que ele se transforme numa arma virada à própria cabeça.