Por Amor, o que você faria?

[Ziva75]

Por medo do que pode acontecer a Autossabotagem tem se tornado uma realidade nos relacionamentos.
Um medo que vem de relações mal sucedidas, mal vividas e com experiências muitas vezes traumáticas.
Inúmeras pessoas vêm e me dizem que estão sozinhas por opção, que estão tranquilas e preferem a vida solitária a se envolver novamente. E de onde vem esse medo e essa autossabotagem?
Tenho abordado esse assunto de um ponto de vista diferente do habitual. Tenho apontado na direção da Cultura do Amor.

POR AMOR, O QUE VOCE FARIA?

De onde surge a nossa compatibilidade e disponibilidade de se relacionar com determinada pessoa?

Estudos dizem que o primeiro contato que fazemos com uma pessoa esta relacionado ao cheiro instintivo de procriação. Uma seleção natural que nosso olfato faz e define quem é a melhor pessoa para uma prole sadia e feliz.

Isso já não nos serve mais nos dias atuais, pois escondemos nosso cheiro natural com perfumes e essências. Ou seja, nossa auto-sabotagem já começa com a exclusão do nosso cheiro pessoal.

Hoje os relacionamentos acontecem antes pelos olhos.
Decidimos quem serve e quem não serve baseado no estereotipo de beleza que decidimos através de nosso inconsciente (que foi mutilado pela cultura narcisista).
A pessoa tem antes que se encaixar em nosso padrão pré estabelecido de beleza física, e mesmo que alguns digam que isso não é bem assim, e o que vale mesmo é a beleza interna, existe uma grande enganação nessa afirmação.

Então porque nossos relacionamentos não fluem como o esperado já que escolhi a pessoa mais bonita da festa, bem sucedida, com uma cultura maravilhosa e mesmo assim tudo dá errado e o que sobra são os traumas e medos?

O Olho faz o maior de todos os julgamentos, e esse julgamento acontece sem nem mesmo você perceber que ele esta acontecendo. Poucos conseguem sentir a outra pessoa, cheirar a outra pessoa, tocar a alma da outra pessoa, ou entrar dentro do seu olhar. E como isso não acontece, a seleção é feita sem nenhum escrúpulo e com o passar dos dias tudo dá errado.

Quando você passa por um relacionamento traumático (violência física, aprisionamento, violência emocional, dependência) dificilmente consegue arrumar forças para sair dele e encarar alguém logo na sequência. Mas esse tempo que você decide dar é só para tentar por a casa em ordem. Passa-se muito desse tempo criticando o que não deu certo, quando deveria parar tudo, sentar, anotar em um caderno o que não gosta em uma pessoa, e o que gosta. O que tem que trabalhar em si mesmo para dar aquilo que quer receber.

É sempre mais fácil apontar o defeito alheio do que olhar o que estamos dando antes de receber.

Pela carência que você tem, os relacionamentos que você encara nada mais são que uma forma de arrumar um PAI ou uma MÃE. Essa carência profunda, unida ao medo de morrer sozinho faz com que você saia por ai arrumando o que vier a frente. Deixa de observar os sinais importantes que a outra pessoa vem te dando, sinais de que não vai dar certo, mas o ego, a mente diz: ´´Eu gostei dessa pessoa, e posso mudar ela, posso moldar ela´´. E esse é um erro absurdo. Ninguém muda outra pessoa, ninguém tem esse poder. A outra pessoa muda se ela quiser mudar, se tiver pré disposição para a mudança, se tiver flexibilidade.

Conheço inúmeros homens, amigos pessoais que adoravam jogar futebol e quando namoravam também jogavam e aos poucos foram abandonando o futebol porque a namorada não gostava, porque a namorada queria exclusividade. E então o medo de perder, a carência pelo feminino, e o sexo fizeram com que a sua decisão fosse parar com tudo o que fazia.

O que tem de errado com o futebol, o basquete, a natação, o jogo de truco?

Você esta exercitando seu corpo e sua mente, esta dando um tempo, algumas horas para esfriar a cabeça, para colocar as pedras no lugar, e vem outra pessoa e diz: ´´Eu sou o seu exercício, eu sou o seu tempo agora, você me deve obediência, se você não me obedecer eu não lhe darei mais sexo, você não irá mais fazer sexo comigo.´´

Mataram a tua Liberdade. Simplesmente mutilaram você e por um sexo mal feito, por um gozo, por bobeira você deixou de ser livre. No começo esta ótimo, com o passar do tempo foi sendo colocado uma gaiola e você foi deixando, até que a gaiola se fechou e você se tornou escravo, ou escrava.

E é daí que nasce a auto-sabotagem e o medo de se relacionar novamente.

Um dia você acorda do conto de fadas e nesse dia você resolve sair de casa, jogar tudo pro alto e começar do zero. Só que nem sempre você se abre para novas relações, o medo de tudo ser igual o que era te domina e você diz: ´´ESTOU EM LIBERDADE, ESTOU TRANQUILA, VOU DAR UM TEMPO´´. E é falso.

Você sente necessidade de se relacionar ainda, você beija uma pessoa aqui, transa com duas ali, mas na hora de assumir algo real você corre. Voce pensa que vai ser tudo igual, e vai mesmo. Vai mudar o rosto, vai mudar o esporte, vai mudar o lugar, mas a vivência será a mesma, você encontrou exatamente a mesma personalidade em meio a milhões de pessoas.

Isso é um absurdo, você conseguiu encontrar agulha no palheiro. E vai encontrar muitas agulhas iguais ainda, pelo simples fato de não ter se curado das outras dores. Voce guardou a dor na caixinha, e uma revolta surge em você. A mulher diz que os Homens não prestam, e os homens dizem que as Mulheres não prestam. Uma briga e uma separação surgem só porque ambos não cresceram emocionalmente para se envolver um com o outro.

Essa falsa liberdade que você supostamente tem se dado é uma fuga, um medo, uma tristeza. Você não esta muito disposto (a) a mudar suas atitudes e então se fecha para o Amor.

Mas não tem nada de errado com o Amor, com Amar. Voce esta vendo a vida pelo buraco da fechadura, e joga no amor todas as suas mazelas e o amor não aceita lixo, não aceita raiva e nem ódio. Amor é Florescer, é desabrochar, é se expor ao desconhecido. Um salto no abismo escuro.

No Amor, o que você faria?

Reflita sobre essa pergunta. Ela tem uma fragrância maravilhosa, um perfume pessoal, e nessa pergunta esta contida muitas mudanças reais que você pode experimentar. Essa pergunta pode trazer uma nova compreensão sobre a vida, sobre relacionamentos, sobre ter e viver com alguém.

Sua relação com o outro tem que nascer do Amor, você tem que estar disponível para o amor acontecer.

´´O Amor só dura em liberdade´´, dizia Raul Seixas, e ele esta correto na sua canção. Como pode o Relacionar-se acontecer na prisão, nos ciúmes, no medo de se expor? Não acontece. O que acontece é uma violência. Os seus ciúmes é uma violência, o seu medo é uma violência, a sua carência é uma violência. O Amor não existe na violência. Ninguém mata e ninguém morre por Amor.

Você deveria saber usar o que não deu certo, o que não foi possível para se curar emocionalmente, mentalmente, sexualmente. Você deveria olhar pra você profundamente e se perguntar onde foi que as coisas deixaram de acontecer. Não onde errou, porque no amor não existem erros. Onde foi que a imaturidade tomou conta de você, onde você roubou a liberdade do outro, quem te disse que ciúmes é bom, que prisão é boa?

Se você optou em viver só porque isso te satisfaz, porque o amor pertence a você, porque o sexo deixou de ser um vulcão, então existe uma beleza nessa solidão, ela esta prestes a se tornar uma solitude. Mas se não for esse o caso, se ainda existe necessidade de estar com alguém, se a morte vem lhe visitar às vezes e você a teme, se ainda existe carência pelo sexo, então a auto-sabotagem esta presente, e o medo esta tomando conta. Você deixou de lado o amor e agora esta usando as pessoas. Sentiu-se usado (a) e agora vai devolver na mesma moeda, e nessa de ´´Olho por olho, dente por dente´´, a sociedade inteira esta ficando cega.

Que tipo de pessoa é você? Se você souber que tipo de pessoa é você, será muito mais fácil encontrar alguém para dar as mãos, para beijar aos sábados, para ir ao parque no domingo. Vocês vão se conhecer e muitas coisas em comum vão surgir, e então o Amor vai florescendo como uma Rosa. Sim, o amor ainda é possível, mas o amor só dura em liberdade.

Cure-se das velhas relações, aprenda a olhar um pouco para você mesma (o). Anote no caderno as coisas que te irritam em outras pessoas, mas seja flexível, pois não existem pessoas perfeitas. Estar com o outro é uma arte de se descobrir aos poucos. Seja claro (a) quando conhecer alguém, diga o que espera, como é, o que gosta, o que não gosta, fale tudo. Não vá direto ao sexo, se você for direto ao sexo e o sexo lhe agradar, você vai acabar se vendendo por migalhas, e nas migalhas não existe amor.

Observe e Ame sempre. O Amor sempre vale a pena.

No Amor, Por amor, E que Seja Amor.

Fonte e Autor: Anand Milan, SAT LOVE



Ziva
PS) Adorei. Este texto mostrou-me uma nova compreensão sobre a vida, sobre relacionamentos, sobre ter e viver com   alguém.

´´Não vá direto ao sexo, se você for direto ao sexo e o sexo lhe agradar, você vai acabar se vendendo por migalhas, e nas migalhas não existe amor.´´ (frase a reter)