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Espiritismo na Biblia

Iniciado por misticopt (Conta Encerrada), Abril 29, 2016, 09:57:42

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misticopt (Conta Encerrada)

O teólogo e professor universitário paraibano Severino Celestino da Silva não aceita críticas sem fundamentos lógicos. Cansado de ouvir falar que a Bíblia condena o Espiritismo consultou 16 Bíblias e ali encontrou disparidades de conteúdo. Lembrou-se das palavras de São Jerônimo: "A verdade não pode existir em coisas que divergem". Decidiu mergulhar na fonte hebraica da Bíblia, comparou com as versões em grego e latim, e descobriu que as traduções apresentam conceitos políticos e pessoais dos seus tradutores, que comprometeram sua autenticidade. Debruçou-se na pesquisa, teve a idéia de reunir o resultado no livro Analisando as Traduções Bíblicas, que aponta as distorções ocorridas nos textos sagrados de Moisés até hoje. A obra teve tamanha repercussão pelo Brasil afora e até no exterior (três edições em menos de dois anos), que já recebeu proposta para editá-lo em espanhol e esperanto.

Ele consultou ainda 103 referências bibliográficas, que colocam o Espiritismo no seu devido lugar perante a Bíblia, provando também que os fenômenos mediúnicos, a reencarnação e as bases do Espiritismo, ressaltam dos textos sagrados. Precavido, ainda foi buscar o aval do israelense Gad Azaria, que revisou os textos em hebraico. Celestino revela que na Bíblia se encontra toda a crença da reencarnação, por parte dos profetas e do povo hebreu, em todas as épocas, e do próprio Cristo que pregava sobre o retorno do espírito noutro corpo, inclusive afirmando, textualmente, que João Batista era o Elias que já vivera no tempo dos Reis de Israel e que havia voltado reencarnado no corpo de João Batista. Dos 23 capítulos do livro, oito se referem à reencarnação na Bíblia.

Celestino considera a Bíblia o livro mais fantástico do universo, por possuir um conteúdo moral, religioso e de relacionamento do homem com Deus indiscutível, porém constata que ainda é muito incompreendido pelo homem. "A Bíblia hoje em português representa uma verdadeira 'Torre de Babel' e se perde aquele que busca entender a sua mensagem. Este foi o motivo que me levou a escrever este livro que traz verdades importantes para quem quer seguir um Deus único, misericordioso, infinitamente justo e bom e sobretudo Amor. É um livro que mostra ainda a inexistência de religiões na Bíblia, bem como a inexistência de condenação à Doutrina Espírita. Ele leva você a reflectir sobre o amor, a prática da caridade, o amor ao próximo e que a fé sem obras em si é morta", explica.

As religiões tradicionais costumam argumentar que a Bíblia não se refere ao Espiritismo, mas Celestino tem a resposta: "Realmente a Bíblia não apresenta, em nenhuma de suas páginas, referência ao Espiritismo, de onde logicamente se conclui que não poderia proibir a sua prática ou condená-lo. Seria até uma incoerência. A Doutrina Espírita foi codificada por Allan Kardec em 1857, já a Bíblia foi escrita há quatro mil anos atrás, como poderia condenar uma doutrina que surgiria tanto tempo depois? O que encontramos em todas as suas páginas são fenómenos mediúnicos incontestáveis e realizados pelos profetas que eram, na verdade, grandes médiuns".

Esclarecendo Deuteronômio

Celestino ainda aponta o discurso dos opositores do Espiritismo, que se utilizam do Deuteronômio para ilustrar e justificar suas posições discriminatórias em relação à doutrina kardecista. Ele esclarece essa utilização do livro bíblico. "O Deuteronômio é um livro fantástico. É nele que existe um maravilhoso e incontestável legado para a humanidade: os Dez Mandamentos. Foi nele que Deus registrou a Primeira Aliança. Mas, as pessoas querem ligar as recomendações de Moisés, feitas para o povo Judeu há quatro mil anos no deserto do Sinai, como se fossem dirigidas para os espíritas, que nem existiam naquela época. Eu tenho o maior respeito pelo Deuteronômio, mas é um livro do Judaísmo e sendo o Espiritismo uma religião cristã, como pode ser condenado por uma religião judaica?

"Examinando-se com atenção o Deuteronômio em sua língua original, você vai observar que ele apresenta, com relação à proibição de consulta aos mortos, o mesmo rigor e respeito apresentado por Alan Kardec no Livro dos Médiuns, (questões 273, 274 e 275). Portanto, qualquer coisa fora disto é desconhecimento ou má fé de quem assim se pronuncia".

Para as pessoas que insistem em afirmar que o Espiritismo não é uma religião cristã, ele reage: "Só quem não conhece o Espiritismo pode fazer tal afirmativa. Os postulados da Doutrina Espírita são todos baseados em princípios cristãos. O Espiritismo complementa o Cristianismo e nos mostra ainda claramente de onde viemos, o que estamos fazendo na terra e para onde iremos. Toda a prática espírita é gratuita, dentro do princípio do Evangelho: 'Dai de graça o que de graça recebeste' (Mt. 10,8). A moral que o Espiritismo prega é a moral cristã, ditada pelo Cristo, o maior espírito que habitou o nosso planeta.

"O Espiritismo nos ensina que somos espíritos imortais e quer estejamos na terra, quer no mundo espiritual, trabalhamos ativamente para alcançar a perfeição. O Espiritismo respeita todas as religiões, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização entre todos os homens, independentemente de sua origem, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei da justiça, do amor e da caridade, na sua maior pureza. O Espiritismo nos demonstra que a justiça divina é rigorosamente cumprida, havendo recompensa para os bons e cobrança para os maus. (Mt. 5,25; Efé. 6,8 e 9; Col 3,25; Tia.2,13; Gál. 6,6-8). E nos mostra também que não há penas eternas. O espírito culpado, logo que se arrependa do mal que praticou, obtém a condição de repará-lo. Neste sentido, é preciso trabalhar para corrigir o mal que foi praticado contra o semelhante".

E ainda, com relação às confusões feitas pelos opositores do Espiritismo, Celestino esclarece: "O Espiritismo não possui hierarquia religiosa, não tem sacerdotes, nem rituais ou formas de culto exterior e nem queima de incenso ou velas, não usa amuletos ou similares, altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos, concessões de indulgência, paramentos, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais, búzios ou quaisquer outros objectos. Em resumo, o Espiritismo é o Evangelho redivivo de Jesus".

As provas da reencarnação

Dos 23 capítulos do livro de Celestino, oito se referem à reencarnação na Bíblia. Eis algumas considerações: "O rabino Arieh Kaplan afirma que: 'Não é possível entender a Cabalá sem acreditar na eternidade da alma e suas reencarnações'.Com o nome de 'Transmigração das Almas', todo o povo judeu, inclusive a corrente ortodoxa hassídica, acredita que depois da morte a Alma reencarna numa nova forma física. Aqueles judeus hassídicos característicos, de chapéus pretos, tranças (peot) e longos casacos negros são pessoas que acreditam na reencarnação. O hassidismo é uma forma de Judaísmo fundada na Polônia em meados do século XVIII pelo rabino Israel Baal Shem Tov (1700-1760) que começou sob a liderança de Dov Baer De Mejirech. Israel Baal Shem Tov extraiu elementos da Cabalá e espalhou por toda Europa oriental.

"A reencarnação é uma crença fundamental do hassidismo. Seus conceitos constam dos livros Sefer Ha-Bahir(Livro da Iluminação), primeiro livro da Cabalá judaica e do Zohar (Livro do Esplendor). Ambos os livros atribuem grande importância à doutrina da reencarnação, usada para explicar que os justos sofrem porque pecaram em uma vida anterior. Nele, o renascimento é comparado a uma vinha que deve ser replantada para que possa produzir boas uvas. A 'Transmigração' emprestou um significado novo a muitos aspectos da vida do povo judeu, pois o marido morto voltava literalmente à vida no filho nascido de sua mulher e seu irmão, num casamento por Levirato. A morte de crianças pequenas era menos trágica, pois elas estariam sendo punidas por pecados anteriores e renasceriam para uma vida nova. Pessoas malvadas eram felizes neste mundo por terem praticado o bem em alguma existência prévia".

"Prosélitos do judaísmo eram almas judaicas que se haviam encarnado em corpos gentios ou pagãos. Ela também permitia o aperfeiçoamento gradual do indivíduo através de vidas diferentes. O Zohar afirma ainda que a redenção do mundo acontecerá quando cada indivíduo, através de 'Transmigração das Almas' (reencarnações), completar sua missão de unificação. Ele nos diz que o termo bíblico 'gerações' pode ser substituído por 'encarnações'. Baseados nestes conceitos, os cabalistas desenvolveram a sua própria interpretação sobre a aliança que Deus fez com Abraão e sua semente. Deus disse: 'Estabelecerei o meu concerto entre mim e ti, e a tua semente depois de ti, nas suas gerações, por concerto perpétuo'. Acreditavam que Deus havia feito esta aliança com a semente de Abraão não apenas por uma vida, mas por milhares de encarnações".

- E para os que não acreditam na visão da Cabalá, como é que fica?

- O Antigo Testamento, responde Celestino, apresenta várias referências sobre a reencarnação. Citaremos aqui a passagem em que Deus diz ao profeta Jeremias que o conhecia antes dele ser concebido. 'Antes mesmo de te formar no ventre de tua mãe, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei; Eu te constitui profeta para as nações'. (Jer. 1,5). Esta passagem sugere que a alma de Jeremias já existia antes de seu nascimento no século VI antes de cristo. Na Bíblia, se encontra toda a crença na reencarnação por parte dos profetas, de David, do povo hebreu em todas as épocas e do próprio Cristo que nunca negou a reencarnação. Pelo contrário, em Mateus 11,13 e 14 Ele afirma textualmente que João Batista era o Elias que já vivera no tempo dos Reis de Israel e que havia voltado reencarnado no corpo de João Batista . Veja os versículos na íntegra: 'Porque todos os profetas bem como a Lei profetizaram até João. E, se quiserdes dar crédito, ele é o Elias que devia vir'. Mt. 11,13 e 14. Palavras do Cristo. Quem quiser que as negue, eu não me atrevo. Temos ainda em toda a Bíblia passagens do Gênesis ao Apocalipse que mostram a certeza na volta da alma ou espírito em outro corpo e que tanto os profetas como os judeus ortodoxos até hoje ainda acreditam.

Passagens da Ressurreição

Segundo Celestino, a Ressurreição, em princípio, é definida como o retorno da alma ao corpo que parecia estar morto. "Na Bíblia existem oito casos de ressurreição. Três casos ocorrem no Velho Testamento, o primeiro é narrado no I livro dos Reis cap. 17 vers. 21 e 22, (a ressurreição do filho da viúva por Elias). O segundo no II livro dos Reis 4,32-37 (a ressurreição do filho da mulher Sunamita por Eliseu) e o terceiro também no II livro dos Reis 13,20 e 21. (ressurreição de um homem cujo cadáver tocou nos ossos de Eliseu) No Novo Testamento temos outros cinco casos de ressurreição. Três foram realizados por Jesus, o Cristo, como está narrado nos Evangelhos: ressurreição da filha de Jairo, o chefe da Sinagoga, narrado em Mateus 9,18-25; a ressurreição do filho da viúva de Naim (Lucas 7, 11-17) e a ressurreição de Lázaro (João 11, 1-43). As outras duas ressurreição foram realizadas por Pedro e por Paulo respectivamente, narrados nos Atos dos Apóstolos 9,36-42 e 20, 7-12. Existe uma corrente que prega a ressurreição como ocorrendo no último dia e com o mesmo corpo que se viveu. Isto não é verdadeiro.

"Na verdade, o que se traduz como ressurreição na Bíblia, com exceção dos casos citados, significa reencarnação, pois a ressurreição ocorre com o perispírito ou corpo espiritual como fala Paulo aos Coríntios na sua I carta, cap. 15, 35 a 53. A Igreja Católica recita todos os dias na missa, o Credo de Nicéia, que ao ser criado em 325 da nossa era, aceitava a reencarnação e por isso cita 'creio na ressurreição da carne'. O mesmo ocorre com outras passagem bíblicas que foram adaptadas aos conceitos e crenças pessoais de quem as traduziu. No entanto, Paulo de Tarso foi bem enfático ao afirmar que 'a carne, e o sangue não podem herdar o Reino de Deus'. Orígenes, discípulo de São Clemente de Alexandria, analisando a Paulo, concluiu que quem ressuscita é o perispírito ou corpo espiritual. O corpo material é entregue a terra para ser destruído e o espírito ou alma vai a Deus".

A sobrevivência do Espírito

Celestino afirma que a imortalidade da alma também consta na Bíblia, sendo uma crença dos gregos, dos egípcios, hindus, chineses e outros povos. Nos Salmos de David existem muitas citações, que expressam sua crença no Sheolou Inferno, só que como uma passagem temporária, jamais como uma região de tormentos eternos. David lançou, juntamente com os profetas, o conceito de 'Olam ha-bá' que significa 'Mundo por Vir', que era o mundo espiritual da alma, após a morte, no celestial Jardim do Éden. David foi ungido rei por Samuel, filho de Ana e de Elcana. No I livro de Samuel cap. 2,6, encontra-se o cântico de Ana onde está escrito: 'O Senhor dá a morte e a vida, faz descer ao Sheol e de lá voltar. David cita em vários dos seus Salmos este conceito. O Cristo nos Evangelhos mostra claramente e em muitas citações a certeza da existência e sobrevivência da alma após a morte. 'Ora é esta a vontade daquele que me enviou: que Eu não deixe perecer nenhum daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia' (João 6,39). Existe, neste evangelho, de uma maneira geral, a promessa e a certeza de que todos chegarão um dia à Deus. A parábola do homem rico e Lázaro é uma prova da sobrevivência do espírito (Lc. 12,13). O juízo final em Mateus 25, 31-46 é outra, e assim sucessivamente.

O Evangelho Segundo o Espiritismo

Muitos questionam por que a Doutrina Espírita criou o livro O Evangelho Segundo o Espiritismo ao invés de seguir a Bíblia. Celestino tem a resposta: "Este é mais um conceito errôneo de quem não conhece o Espiritismo. O Evangelho Segundo o Espiritismo é uma coletânea de versículos extraídos da Bíblia e interpretados pelos espíritos. É um livro de orientações maravilhosas para as dificuldades da vida. Possui 28 capítulos, onde setenta por cento dos ensinamentos foram extraídos do Sermão do Monte, o maior legado que Cristo nos deixou e composto por ensinamentos que são aceitos por todos os cristãos. Os outros versículos são retirados dos Evangelhos e até da Primeira Aliança (Antigo Testamento), pois o seu XIV capítulo, 'Honrar Pai e Mãe', foi retirado do Êxodo 20,12. Portanto, não se trata de uma Bíblia dos Espíritas, mas de um roteiro moral e de muita luz retirados diretamente das páginas da Bíblia.

A Terceira Revelação

Sobre o fato do Espiritismo ser considerado a terceira revelação, Celestino explica que existem três revelações divinas no universo: "A primeira revelação foi feita através de Moisés no Monte Sinai que são os 'Dez Mandamentos'. Na sequência, os profetas predisseram a vinda do Cristo que nos legou a segunda revelação que foi o Evangelho. E foi o próprio Cristo quem predisse a terceira revelação: o Espiritismo. No capítulo 14 do Evangelho de João, em suas despedidas registrando nos versículos 15 a 17, Jesus deixa uma das suas mensagens finais: 'Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece: mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós'.Cita ainda o Cristo nos versículos 12 a 14 do capítulo 16 do Evangelho de João: 'Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. As verdades do Espiritismo ainda não são aceitas por muitos. Quando vier o paráclito, o Espírito da verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vô-lo anunciará'.

"O profeta Joel, que viveu 750 anos A.C. (cap. 3, 1 a 5) (algumas Bíblias traduzidas, trazem Joel 2,28) foi quem primeiro profetizou a chegada dos dons da profecia, ou seja, da mediunidade e do Espiritismo. O texto é o seguinte: 'Depois disto derramarei o meu espírito sobre toda carne: vossos filhos e vossas filhas profetizarão; vossos velhos terão sonhos, e vossos jovens terão visões; e também derramarei o meu espírito sobre os escravos e as escravas. Tudo isto é predito também pelo Cristo, como vimos acima, e o fato ocorre com os discípulos na reunião do Pentecostes e está narrado em Atos 2, 1-21".

A salvação segundo o Espiritismo

Celestino analisa a questão da salvação sob a ótica espírita como sendo uma conquista diária. Esclarece: "Nós preparamos o nosso caminho todos os dias para o nosso reencontro com Deus. É lógico que, em princípio, a salvação é para todos, porém segundo o nosso proceder, uns chegam primeiro outros depois, porém todos chegam. 'Abandone o ímpio o seu caminho, e o homem mau os seus pensamentos, e volte para Deus, pois terá compaixão dele, e para o nosso Deus, porque é rico em perdão' (Is. 55,7). Cristo acrescenta: 'Assim é a vontade de vosso Pai celeste que não se perca um só destes pequeninos' (Mt. 18,14). 'Em verdade vos digo, os publicanos e as meretrizes vos precedem no reino de Deus' (Mt.21, 31). Aqui o Cristo deixa bem claro que todos entrarão no reino dos Céus, até os publicanos e as meretrizes. Entrarão depois, mas que entrarão não se tem a menor dúvida".

Por Fátima Farias








Católicos e evangélicos dizem que a Bíblia proíbe o Espiritismo.
De início, é bom deixar claro que a Bíblia não poderia proibir algo que surgiu somente no século XIX. Foi Allan Kardec quem criou o termo Espiritismo. Falam que a Bíblia proíbe a comunicação com mortos, mas provarei que isso também não é verdade.

Uma contradição: segundo evangélicos e católicos, os mortos não se comunicam. Há um site evangélico que afirma: "A proibição divina de se consultar os mortos não prova que havia comunicação com eles. Prova apenas que havia a consulta aos mortos, o que não significa comunicação real com eles. Era apenas uma tentativa de comunicação. ".  Só que a Bíblia não proíbe a "tentativa" e sim o fato. Ou seja, um cartaz "Não Nade na Grama" para os evangélicos e católicos faz todo o sentido do mundo.

Vejamos as passagens bíblicas que dizem condenar a comunicação com mortos:

" Se alguém recorrer aos médiuns e adivinhos, prostituindo-se com eles, eu voltarei minha  face contra ele e o eliminarei do meio do povo."  (Levítico 20,6)

O  paraibano Severino Celestino  da Silva se dedicou por oito anos a pesquisar a Bíblia, com seus conhecimentos dos  idiomas grego e hebraico, além de sua condição de doutor, comparando a versão em sua linguagem original com as traduções para o Português.

Escreveu o livro "Analisando as Traduções Bíblicas"

Analisemos a citação acima.  Em hebraico transliterado: vehanéfesh asher tifné el-haovôt veel-haid'donim liznot achareihém venatati ét-panái banefésh hakiv vehichrati atô mikerév 'amô
Em seu livro, Severino traduz palavra por palavra desse texto, apresentando o seguinte:
Vehanefesh = é a alma, pessoa ou ser;
asher =  é uma conjunção que significa que;
tifné = diante;
el haovôt=aos necromantes;
veel-haid'onim= e aos adivinhos;
liznot achareihém =  para se prostituir seguindo-os;
venatati = eu darei, trarei ou voltarei;
ét-panái = as minhas faces;
banefésh haviv = contra esse ser;
vehichrati otô = eu o cortarei;
mikérve 'amô = do seio do seu povo

A tradução correta, confirmada por pessoas nascidas em Israel,. como o senhor Gad Azaria, que acompanhou todo o trabalho de Severino:

"Contra esse ser ou alma que vai diante dos necromantes e dos adivinhos para se prostituir seguindo-os. Eu darei as minhas faces e os cortarei de dentro do seu povo: "

Veja definição do Aurélio para "necromancia":

"1. ADIVINHAÇÃO pela invocação dos espíritos.

2. MAGIA NEGRA"
Segundo o livro "Historia das Religiões" de Antonio de Almeida e Souza, Necromancia é um culto de origem egípcia e africana onde os supostos sacerdotes tentam adivinhar o futuro evocando espíritos e com auxilio de restos mortais de animais e de pessoas
Levítico em momento algum condena o Espiritismo e a comunicação com mortos, mas sim a necromancia, uma forma de magia antiga em que se comunica com mortos para adivinhações(sorte no amor, sorte nos negócios, essas coisas puramente materiais). Em nenhum lugar das obras básicas da Doutrina Espírita você achará algo que recomende práticas necromânticas, divinatórias, adivinhações, feitiçarias ou coisa parecida. Então, de onde vem atitude como essas ? Dos interesses espúrios de algumas religiões que dizem pregar o Evangelho no mundo, mas,  em vez de procurarem unir as criaturas em torno do Amor e da Fraternidade, que é o verdadeiro Evangelho, preferem promover o divisionismo, o ódio, a discórdia e a intolerância. Sentimentos esses que foram responsáveis pela inquisição e pela terrível marca que a Humanidade tem hoje de poder afirmar que as guerras por motivos religiosos já mataram mais gente do que todas as outras guerras juntas. Cristo disse: "Pelos frutos os conhecereis".

Outro versículo em Levítico utilizado:

"Não recorrais aos médiuns, nem consulteis os espíritos para não vos tornardes impuros. Eu sou o Senhor vosso Deus. " (Lv 19,31)

Segundo Severino, "Não ireis aos NECROMANTES e nem aos ADIVINHOS". Nada de médiuns - termo surgido apenas no século XIX, criado por Kardec -  e nem nada sobre consultar espíritos.

" O homem ou a mulher que se tornar médium ou adivinho, serão mortos por apedrejamento.  São réus de morte. " (Lv 20,27)

Segundo Severino: "E o homem ou mulher que for NECROMANTE ou ADIVINHO será condenado à morte."

O mais utilizado:

"10 Não se ache o meio de ti quem faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha, nem quem se dê à adivinhação, à astrologia, aos agouros, ao feiticismo, 11 à magia, ao espiritismo,  à adivinhação ou à invocação dos mortos, 12 porque o Senhor, teu Deus abomina aqueles que se dão a essas práticas, e é por causa dessas abominações que o Senhor, teu Deus, expulsa diante de ti essas nações. (Dt 18)

Espiritismo foi termo criado por Kardec. Não poderia a Bíblia conter essa palavra. Mesma coisa Astrologia.

Se "Satanás" é o "Pai da Mentira", conforme  costumam dizer se referindo ao Espiritismo, o que dizer destes  que moldam a Bíblia  segundo seus interesses e ainda a chamam de "Palavra de Deus" ?

Essa recomendação foi feita por Moisés, não por Deus. Vemos em Marcos 10, que Jesus contrariou a lei do divórcio de Moisés. Jesus também trabalhou aos sábados, negando Moisés. Também não permitiu que apedrejassem a adúltera...

Essas leis foram leis humanas, feitas para um determinado povo em uma determinada época, e não leis divinas e eternas, senão Cristo não teria revogado essas leis. Com a que proíbe a comunicação com mortos é a mesma coisa. Vemos no Novo Testamento, Cristo conversando com Elias e Moisés,ambos mortos.

Creio que os Católicos e Protestantes deveriam observar todos os preceitos de Moisés, e não se ater apenas a proibição a comunicação com mortos. Seria mais coerente.
Vejamos uma outra lei bíblica, que, por coerência, eles deveriam seguir:

"Quando teu Deus te tiver dado  gentes mais poderosas do que tu, totalmente as destruirás, não farás acordo com elas e nem terás piedade delas" (Deut. 7:2)

Pois bem, qual o protestante ou católico que obedece a essa ordem e sai  por aí  a destruir pessoas que são mais poderosas que ele ? Existe muita gente em nossa cidade que tem mais poder do que nós. Teríamos que assassinar essas pessoas ? Por coerência, deveriam, está no mesmo livro que "condena" o Espiritismo.

Mais:
       
"Cada um tome a sua espada e mate cada um a seu irmão, cada um a seu amigo, cada um a seu vizinho" (Ex. 32:27)
     
"Nenhuma coisa que tem fôlego deixarás com vida" (Deut. 20:16)
       
"Se o povo de uma cidade incitar os moradores a servir outros deuses, destruirás ao fio de espada tudo quanto nela houver, até os animais"  (Deut. 13:12/15)
       
Os que usam a lei mosaica para atacar a Doutrina Espírita não estão matando seus amigos, vizinhos e até os animais por quê? Deveriam ser coerentes. E  os dois últimos versículos são do livro Deuteronômio, onde está a tal "condenação a comunicação com mortos".

Outro:
   
"Quando pelejarem dois homens, um contra o outro, e a mulher de um chegar para livrar o seu marido da mão do que o fere, e ela estender a sua mão, e lhe pegar pelas suas vergonhas, então cortar-lhe-às as mãos, não a poupará o teu olho" (Deut. 25:11)
 
Coitada da pobre mulher! Não tem o direito nem de defender o próprio marido. Será que os que usam o mesmo Deuteronômio para dizer que a Bíblia condena o Espiritismo segue todo esse livro? Deveriam, por coerência.   Por coerência também, os que usam Levítico para atacar o Espiritismo deveriam matar o seu filho rebelde, consentir com o casamento de um homem com 10 mulheres, deveriam estuprar a esposa do seu inimigo, queimar um boi vivo pra Deus. Ou segue tudo ou não segue, só a metade e onde interessa não vale.
Mais exemplos:
     
Em Deut. 13:6, 9 e 10, há uma ordem de matar a pedradas os adeptos de outras crenças. Uma apologia à intolerância religiosa.
     
Em Levítico 22:17-18 "Deus" ordena  que a oferta a ser oferecida no altar seja de animais sem defeito. E é mais exigente ainda,  quando determina que não devam ser ofertados bichos que tiverem testículos machucados, ou moídos, ou arrancados, ou cortados (Levítico 22:24)

Devemos analisar, portanto, o contexto de tais proibições. Assim, vemos que a proibição a comunicação com mortos foi voltada para  os que praticavam  magia antiga: adivinhações, sortilégios...

No tempo de Moisés e dos cananeus não havia prática espírita, porquanto o Espiritismo surgiu, no mundo,  em 1857, na França.  Os povos contrários aos hebreus praticavam a feitiçaria e a necromancia, as quais nada tem a ver com a Doutrina Espírita. Na prática mediúnica espírita não se faz  evocação de espíritos inferiores visando sortilégios, adivinhações e trabalhos para o mal.
   
E vamos voltar ao livro do Severino Celestino. Segundo ele, a tradução correta dos versículos em Deut. é essa:

"Quando entrares na terra que Iahvéh,  teu Deus, te dá, não aprendas a fazer as abominações daquelas nações. Não se achará em ti quem faça passar seu filho ou sua filha pelo fogo, nem adivinhador, nem feiticeiros, nem agoureiro, nem cartomante, nem bruxo, nem mago e semelhante, nem quem consulte o necromante e o adivinho, nem quem exija a presença dos mortos"

"Quando entrares na terra": diz Severino sobre isso:

"Quando quem entrar?
 
Certamente Moisés se refere aos "Bnei Israel", Filhos de Israel, ou povo de Israel.
   
E a que terra prometida por Deus se refere Moisés? Sabemos que o autor sagrado se refere à terra de Canaã ou terra prometida por Deus a Abraão e seus descendentes. Ora, se estas recomendações foram dirigidas aos filhos de Israel ou Hebreus, nós, espíritas, 4.000 anos depois, não temos a menor responsabilidade sobre esse fato, pois, por acaso, recebemos de Moisés a incumbência de ir para a terra prometida?
Parece-nos que os desejosos de atacar, a todo custo, o seu "PRÓXIMO" só porque possui outra filosofia religiosa, ficam tão preso às questões críticas e pessoais, que não percebem a verdadeira época e origem dos textos sagrados e a quem eles foram realmente dirigidos "
Sobre a passagens de crianças pelo  fogo, diz Severino:  "Refere-se esta primeira parte ao costume entre fenícios de queimar os primogênitos no altar de Moloq. Moisés proíbe ainda que nem sequer se faça oferta dos filhos e filhas a Moloq, fazendo-os passar pelo fogo(Lv. 18:21 - 2Rs. 23:10). Os acontecimentos bíblicos fazem pensar em ritos realizados para fundações ou em caso de derrotas e infortúnios(1Rs. 16:34; 2Rs. 3:27)
   
Maimônides (1135-1204), filósofo, médico, mestre da literatura rabínica e um dos maiores iluminadores do povo judeu em todos os tempos, explica este procedimento: "Um grande fogo é aceso. O pai toma um de seus filhos e o entrega aos sacerdotes que são adoradores do fogo. Aqueles sacerdotes devolvem o filho ao pai, após ter sido entregue em suas mãos, para que possa ser passado através do fogo com o consentimento de seu pai. O pai é quem passa o seu filho sobre o fogo, com a permissão do sacerdote. Ele faz seu filho andar com os próprios pés através das chamas, de um lado ao outro. De fato, em tal ritual, não se queima a criança em honra de Moloq como filhos e filhas eram queimados no ritual de uma outra espécie de idolatria, mas faz-se meramente com que ele passe através do fogo, a serviço do ídolo chamado Moloq"
 
Veja a desobediência dos israelitas em 2 Reis 17:17: "Fizeram passar pelo fogo seus filhos e filhas, praticaram a adivinhação e a feitiçaria, e venderam-se para fazer o mal na presença de Iahvéh, provocando sua ira".
 
Eles ainda estavam muito ligados aos costumes egípcios, daí a preocupação de Moisés. Isaías faz referência em seu livro no capítulo 19:3 sobre este costume que é herdado dos Egípcios. Veja seu comentário:  "O espírito dos egípcios será aniquilado no seu íntimo, confundirei o seu conselho. Eles irão em busca dos seus deuses vãos, dos encantadores e dos adivinhos".
   
Na mitologia clássica grega, Cronos devorava seus filhos. A imolação de crianças na fogueira era acompanhada de cerimônias de encantamento destinadas a apaziguar o deus. Acaz, rei de Judá, realizou tais práticas e está em 2Rs. 16:2-4. Veja: "Acaz tinha vinte anos quando começou  a reinar e reinou dezesseis anos em Jerusalém. Não fez o que é agradável aos olhos de Iahvéh, seu Deus, como havia feito David, seu pai. Imitou a conduta dos reis de Israel, e chegou a fazer passar pelo fogo, segundo os costumes abomináveis das nações que Iahvéh havia expulsado de diante dos filhos de Israel"
Aqui existe, por parte da maioria dos tradutores,  a tendência de utilizar um texto escrito em um passado remoto para adaptá-lo a uma realidade completamente diferente, no presente, tendo, principalmente,  como objetivo condenar uma Doutrina que eles desconhecem.
   (...)
 
Maimônides esclarece que o encantador é aquele que pronuncia palavras, que não são uma língua, imaginando totalmente que tais palavras são mágicas. Tais encantadores chegam ao ponto de dizer que, se uma pessoa pronunciar determinadas palavras sobre uma cobra ou escorpião eles se tornarão inofensivos e que, se uma pessoa pronunciar certas palavras sobre um homem, ele não será ferido. Entre eles há  aquele que, enquanto fala, segura em sua mão uma chave, pedra ou outro objeto - tudo isso é proibido. O próprio encantador que segurou qualquer objeto em suas mãos ou fez qualquer ato além de falar, mesmo se apenas apontou um dedo, é punido segundo as escrituras. O adivinho é aquele que realiza qualquer ato de modo a cair em um estado letárgico para que sua mente seja afastada de todas as coisas externas, após o que ele prevê futuros eventos, dizendo "isto acontecerá ou não acontecerá" ou "é próprio fazer isto" ou "cuidado ao fazer aquilo". Alguns adivinhos fazem uso da areia ou pedras: o indivíduo se curva à terra e grita; um outro fixa o seu olhar sobre um espelho de metal ou uma lâmpada, e então eles imaginam coisas e falam em seguida. Um outro carrega um bastão na mão, curva-se sobre ele e com ele golpeia o solo, até que sua mente esteja em estado de abstração. Em seguida, ele fala. O profeta Oséias (4:12), refere-se a este costume quando diz: "Meu povo consulta o seu pedaço de madeira e o seu bastão faz-lhe revelações".
 
Refere-se, também, a trabalhos, despachos, adivinhação e semelhantes, com o objetivo de prejudicar alguém ou de obter benefícios pessoais. Sacerdotes lançavam flechas ou as misturavam numa aljava. A ponta emplumada dessas flechas era coberta de inscrições que continham respostas variadas e contraditórias a questões angustiantes. A resposta do deus à questão estava inscrita na flecha retirada ao acaso.
(...)

São as mesmas recomendações existentes em Levítico 19:31, 20:6 e 20:27 e em Isaías 8:19.  A palavra consultar ou interrogar, colocada antes de necromante e adivinho, prova que, entre os Hebreus, as evocações eram um meio de adivinhação.
 
Na necromancia, o praticante fica de pé, oferece uma certa espécie de incenso, segura em sua mão um ramo de mirta e o balança. Ele pronuncia suavemente certas palavras conhecidas dos praticantes dessa arte, até que a pessoa que o consulta pensa que alguém está conversando com o necromante respondendo suas perguntas em palavras que soam como se viesse de debaixo do chão em tons excessivamente baixos, quase inaudíveis ao ouvido e apenas aprendidos pela mente. O necromante também costuma tomar o crânio de um homem morto, queimar incenso em seu nome e usar de artes de adivinhação, até que surge o rumor de uma voz, excessivamente baixo, vindo de sob as axilas do necromante e que responde a ele.
 
A palavra "id'oni" refere-se ao feiticeiro que coloca o osso de um animalzinho chamado "yadúa" dentro da sua boca e prediz.

Nesse caso, Maimônides diz que os que consultam espíritos familiares oferecem incenso, põem o osso (iedúa) em sua boca e realiza outros atos, até que caem ao chão como um epílético e pronunciam previsões de eventos futuros.
 
O nó górdio, que é um nó difícil de desatar, e narrado na lenda de Alexandre, e uma ilustração da prática das tranças, fios de Parcas e outros cordames utilizados nos templos para fim de adivinhação.
 
(...) A maioria traduz dorêsh él-hametim como consulta aos mortos, no entanto, acima já existe o verbo consultar(schoêl) utilizado antes das
palavras "necromante e adivinho". Porém, antes da palavra "mortos" observe que o verbo muda para (lidrôsh) e o primeiro significado do verbo lidrôsh, em hebraico, é exigir, daí, a tradução correta do texto ser exigir a presença dos mortos. Se este verbo tivesse o mesmo significado de consultar, não teria razão de, no versículo, o autor sagrado trocar o verbo "shoêl por dorêsh" antes da palavra "hametim" (mortos)
 
Existe ainda o agravante: era costume dos adivinhos se deitarem de bruços sobre os túmulos para tentarem estabelecer um diálogo com os mortos. Acreditavam com isso ser possível o diálogo.
 
Maimônides acrescenta ainda que eles jejuavam e depois passavam a noite em um cemitério, a fim de que um morto lhe aparecesse em sonho e comunicasse sobre assuntos que ele desejasse perguntar. Outros vestiam mantos especiais, pronunciavam
certas palavras, ofereciam um incenso especial e dormiam sozinhos no cemitério, a fim de que uma pessoa morta lhe aparecesse em sonho e conversasse com eles.
 
A proibição de Moisés se dirigia exatamente a este método ou a está prática para se conseguir o intercâmbio. Moisés não diz em nenhum momento se acreditava na eficácia destas práticas. No entanto, proibia o uso, o que já é suficiente para entendermos que ele acreditava no retorno dos mortos, do contrário não as teria proibido. O rei Saul, em casa da Pitonisa de Endor(I Samuel 28:7-19), comprova esta crença que justificava plenamente a proibição.
   
Meu Deus, onde já se ouviu dizer que nenhum espírita, seguidos dos postulados espirituais de Allan Kardec, realize tais práticas?
 
Nós espíritas, conhecedores da faculdade mediúnica, sabemos que está prática é perigosa, principalmente quando aqueles que a praticam são médiuns. Logicamente, os espíritos vampirizadores que normalmente existem nos cemitérios levariam aqueles que praticavam este ato às mistificações e obsessões.
 
Não podemos nos esquecer de analisar a situação em que os livros de Moisés foram escritos e para que povo foram escritos. Encontrava-se o povo hebreu em uma época de idolatria e politeísmo. E este povo era recém-saído do cativeiro e procedente de um país(Egito), onde também reinavam a idolatria e o materialismo. Existia por parte de Moisés uma preocupação em conduzir aquele povo e ao mesmo tempo em exterminar do meio deles a idolatria. Era muito comum, naquela época, a existência dos adivinhos e necromantes, que se intitulavam verdadeiros ídolos, e sendo também muito procurados pelo povo de então. Moisés tenta acabar com estes costumes e as práticas mais populares para poder instituir, entre esse povo, o verdadeiro e único Deus.
   
Ressaltamos ainda, com relação aos mortos, que a proibição de Moisés foi contra a exigência da presença do morto, porque ele sabia que nem sempre isto é possível, o que está em pleno acordo com Kardec que nos informa nem sempre estar o espírito desencarnado em condições de atender ao nosso chamado. Ele poderá até já estar reencarnado em outro corpo e como poderia atender ao chamado? (Veja o Livro dos Médiuns, questões 273, 274, 275)
 
Quem conhece o Espiritismo sabe muito bem que os espíritas não vão a cemitério debruçarem-se sobre túmulos, nem ali dormir, para dialogar com os espíritos e este era costume daquela época, por isso, proibido por Moisés.
   
Além disto, os espíritas não exigem a presença dos "mortos" nem evocam os espíritos superiores para deles obterem revelações ilícitas, nem delas tirarem benefícios pessoais, mas esperam as suas manifestações espontâneas, para delas receberem sábios conselhos e proporcionarem alívio àqueles que sofrem. Se os Hebreus utilizassem a comunicação dos mortos do mesmo modo e seriedade com que os espíritas fazem hoje, certamente Moisés não os teria proibido de nada. Pelo contrário, tê-los ia estimulado. Veja Números 11:26 a 30.
 
(...) Quem disse que espírita é sinônimo de necromante e adivinho?  O Apocalipse fala (Cap. 22: 18 e 19) que "todos aqueles que ouvirem as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhe ajuntar  alguma coisa, Deus ajuntará sobre ele as pragas descritas descritas neste livro; e se alguém dele tirar qualquer coisa, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida e da cidade santa, descrita neste livro". Mas existem tradutores mudando os textos e colocando palavras inexistentes e com o único intuito de condenar aqueles que não pensam da mesma maneira que eles. É o caso das palavras "Médium" e "Espiritismo".
 
O Cristo ensinou a amar ao próximo como a nós mesmos (Lv. 19:18; Mt. 19:19). Afirmou, ainda, que não veio para viver com os bons(Mateus Cap. 9:12; Marcos 2:17; Lucas 5:32), no entanto , ainda, existem pessoas que, apesar de possuírem uma filosofia religiosa-cristã, condenam o seu semelhante pelo simples fato de não pensar igual a eles. É como se fossem a expressão única e exclusiva da verdade. Se dizem seguidores do Cristo que ensinou o Amor e o Perdão, mas não perdoam ninguém, a não ser aqueles que vivem segundo seus conceitos, ou seja, os que pensam e possuem a mesma religião que eles. Será que foi isto que o Cristo ensinou? Medite você sobre esta colocação e lembre-se do "não julgueis para não serdes julgados" (Mt. 7:1 e 2).

As lógicas expostas nos conduzem a não aceitar de forma alguma tais afirmativas, pois estas conclusões tendenciosas e infundadas só interessam aos inimigos gratuitos da Doutrina Espírita.

(...) Como poderiam condenar o Espiritismo, uma doutrina codificada no século passado, em 18 de abril de 1857 e que surgiria 4000 anos depois? Por acaso Moisés já conhecia o Espiritismo? Já conhecia os médiuns e espíritas? (...) Esta proibição seria um dos mais fantásticos fenômenos de premonição do escritor do Pentateuco, visto estar condenando algo que surgiria 4000 anos depois, não acha?
 
Na verdade, aqueles que realmente conhecem a Bíblia e o Espiritismo, em sua essência e significado, não condenam esta doutrina. É o caso do Pastor Nehemias Marien, um militante protestante e um dos maiores conhecedores da Bíblia, no Brasil, e com certeza conhecedor também do Espiritismo. É um teólogo de público e notório saber que respondeu sobre as Escrituras Sagradas num programa de TV brasileira e foi amplamente reconhecido por todos como um fenômeno de conhecimento da palavra de Deus.
 
Vejamos, na íntegra, a sua opinião sobre o Espiritismo e Mediunidade em sua obra intitulada 'Jesus, A Luz da Nova Era': "A Doutrina Espírita é essencialmente cristã e tem o seu fundamento nas Sagradas Escrituras. O Espiritismo deve ser entendido como um dos mais caudalosos afluentes do Cristianismo. A mediunidade é um fenômeno que se observa em toda a Bíblia, através dos textos nela psicografados. Nela, os redatores sagrados se manifestam como amanuenses do Espírito: não escreveram de si mesmos mas inspirados pelo Espírito de Deus, afirma o apóstolo Paulo. A ciência espírita sempre integrou a doutrina da Igreja até ser excomungada dos cânones oficiais pela precipitação do Concílio de Constantinopla, em 553 d,C. Neste particular, a sabedoria está na atitude firme do frei agostiniano Martinho Lutero, perante a Dieta de Worms: historicamente os Concílios têm errado, não sendo conveniente ninguém viver de modo contrário à sua consciência. Erram os Concílios e todo aquele que torpedeia a liberdade de consciência.
   
A intransigência protestante até hoje considera o Espiritismo uma artimanha maligna e o catolicismo romano se contradiz diante da incontida espiral de crescimento do Espiritismo, em suas igrejas.
   
(...) Há uma controvertida passagem , nos escritos do apóstolo Pedro, que tem perturbado as regras da hermenêutica bíblica: "Cristo vivificado no espírito foi e pregou aos espíritos em prisão" (I Pedro 3:19). Que prisão  seria essa na qual Jesus pregou? Seria antes ou depois do seu Calvário? Quem teria revelado este fato ao apóstolo? Um inferno geográfico? Se o próprio Jesus não considerou vão estar pregando ali as boas novas, certamente podemos concluir pela existência de uma libertadora evolução espiritual num universo por nós desconhecido.
   
E conclui: Somos todos filhos de um mesmo Deus. E todos temos em nós uma mesma consciência ESPÍRITA'(grifo do Severino).
 
(...) E lembramos ainda que Moisés não falou nenhuma vez em demônios. Ele poderia justificar a proibição dizendo que os mortos não voltavam e quem realmente voltava nestas exigências eram os demônios."
Mais a frente, sobre Jesus falando com Elias e Moisés, diz Severino: "Trata-se de uma comunicação "espírita" realizada por Jesus, mostrando ainda que as proibições de Moisés não se referiam a esse tipo de encontro no qual o próprio Moisés estava presente. Aqui ocorre um encontro entre entidades evoluídas, o que jamais poderia ser condenado por Moisés que conversava frequentemente com os "espíritos guias" (Elohim) do povo hebreu, e nesta passagem conversa com Jesus. O que foi proibido por Moisés foi a exigência da presença dos espíritos dos "mortos" para atender problemas materiais e interesses pessoais  e ainda na forma estranha de ser realizada em cemitérios.

Este mesmo princípio de conduta nos é orientado por Allan Kardec no Livro dos Médiuns(questões 273, 274 e 275) onde regulamenta a evocação, mostrando que nem sempre sabemos em que situação se encontra o espírito EVOCADO. E ainda nos mostra  que, nas práticas espíritas, a evocação deve ser feita dentro de um regulamento de seriedade, princípios cristãos e só com objetivos bem definidos, uma vez que existe, em alguns casos, dificuldade de se verificar a identidade do espírito evocado, levando, muitas vezes, à mistificação."

Mesmo uma Home Page evangélica reconhece que um dos motivos da proibição foi a idolatria: "Os povos que adoravam a deuses estranhos e que não seguiam aos ensinos dados por Deus, eram usuários deste costume. Foi para que os adoradores do Verdadeiro Deus não se envolvessem com eles  que Moisés falou: ".

Mas obviamente sugerem (certamente por má-fé e não ignorância), que no Espiritismo há idolatria, quando todos sabem ou deveriam saber que acreditamos que espíritos não são deuses, até porque espíritos somos todos nós.

No livro "Does the Soul Survive - A Jewish Journey to Belief in Afterlife, Past Lives and Living with Purpose", o autor, o rabino Elie Kaplan Spitz, informa que pessoas de sua comunidade que tinham perdido entes queridos estavam consultando um médium americano muito famoso: George Anderson.

Consultou seu professor de seminário, e, para sua surpresa, este confirmou que a Bíblia hebraica condena consultar os mortos para fins de adivinhação apenas. Se o propósito for benéfico, não há nada contra.

Informa também o livro que um comité de rabinos americanos estudou a questão com base na Bíblia hebraica chegando a mesma conclusão. Mas essa conclusão não interessa aqueles que se dizem "cristãos" e não se dedicam a pregar os preceitos do Cristo  e sim a pregar o ódio contra os que não pensam igual.

Fonte: espiritismoehcristao

escriba

No Novo Testamento está bem explícito o conceito de "nascer de novo" na visita de Nicodemos a Jesus (João 3:1-15).
«Havia entre os fariseus um homem, cujo nome {era} Nicodemos, líder dos judeus. Ele veio até ele {Jesus}, de noite, e lhe disse: Rabbi, sabemos que vieste de Deus, {como} Mestre, pois ninguém faz estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele. Em resposta, Jesus lhe disse: Amém, amém, {eu} te digo que se alguém não for gerado de novo {ou do alto} não pode ver o Reino de Deus. Nicodemos diz para ele: Como pode um homem, sendo velho, ser gerado? Porventura pode entrar {pela} segunda vez no ventre de sua mãe e ser gerado? Jesus respondeu: Amém, amém, {eu} te digo que se alguém não for gerado de água e espírito, não pode entrar no Reino de Deus. O que foi gerado da carne é carne, o que foi gerado do espírito é espírito. Não te maravilhes de que eu lhe tenha dito: É necessário a vós ser gerado de novo {ou do alto}. O espírito sopra onde quer, ouves a sua voz mas não sabes de onde vem nem para onde vai; assim é todo aquele  que foi gerado do espírito. Em resposta, Nicodemos lhe disse: Como pode ocorrer estas {coisas}? Em resposta, Jesus lhe disse: Tu és Mestre de Israel e não sabes estas {coisas}? Amém, amém, {eu} te digo que "O que sabemos falamos, e o que vimos testemunhamos", mas não acolhes os nossos testemunhos. Se vos falei das {coisas} terrestres e não credes, como crereis se vos falar das {coisas} celestiais? Ninguém subiu ao Céu senão o que desceu do Céu - o filho do homem. E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário ser levantado o filho do homem, a fim de que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna.»

Ainda no Novo Testamento, os textos seguintes relatam a declaração de Jesus de que João Batista era Elias.

Mateus (11:11-15)
«Amém, vos digo: Entre os nascidos de mulheres não se levantou {ninguém} maior que João Batista, mas o menor no Reino dos Céus é maior que ele. Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência e os violentos se apoderam dele. Pois todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quiserdes aceitar, ele é o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos ouça.»

Mateus (17:12-13)
«Digo-vos, por outro lado, que Elias já veio, e que não o reconheceram, mas fizeram-lhe {tudo} quanto queriam. Assim também o filho do homem está na iminência de padecer sob {as mãos de} eles.»

Marcos (9:9–13)
«Enquanto desciam do monte, ordenou-lhes que não relatassem a ninguém o que tinham visto a não ser quando o filho do homem tivesse se levantado dentre os mortos. E retiveram o caso, debatendo entre si {a respeito do} que é o levantar-se dentre os mortos. E interrogavam-lhe, dizendo: Por que os escribas dizem ser necessário vir primeiro Elias? Disse-lhes: Elias, de fato, vindo primeiro, restaura todas {as coisas}, mas como está escrito sobre o filho do homem, para que padeça muitas {coisas} e seja menosprezado. Todavia, também vos digo que Elias veio, e fizeram com ele  {tudo} quanto queriam, conforme está escrito sobre ele.»

Referência bíblica: O Novo Testamento. Traduzido do grego para o português por Haroldo Dutra Dias. FEB 1ª edição - 2ª impressão - 5/2003. ISBN 978-85-7328-785-1
Rejeito os dogmas e aceito o que para mim faz sentido

misticopt (Conta Encerrada)

Nem assim amiga, quando o fanatismo é demasiado. Nem o Mestre Jesus na conversa com Nicodemos, que está mais que claro.