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O Meu Pai

Iniciado por Arph, Outubro 11, 2016, 03:28:40

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Arph

Olá a todos. Pimeiro que tudo, lamento que o PP tenha abruptamente encerrado, perdendo-se todo um inestimável acervo de relatos. Espero que este novo sítio não tenha o mesmo destino ou, tendo-o, que tenha a delicadeza de um aviso prévio a fim de que algum interesse de quem aqui anda e colabora possa ser salvaguardado; quanto mais não seja o de guardar uma ou outra informação.

Posto isto, coloco aqui uma experiência ocorrida recentemente, como contributo para este novo projecto de PP e na esperança de que seja mais duradouro.

O meu Pai faleceu em Junho deste ano. Nós, a família, sabíamos que seria esse o inevitável desfecho, por informação do médico que o assistia no hospital, mas sempre lhe ocultámos esse facto e, nas várias visitas, pudemos testemunhar a sua degradação física. Manteve-se sempre com uma lucidez impressionante, sabendo o dia, falando de situações da vida corrente e mantendo uma resignação tocante face ao desfecho que também ele foi sentindo ser a aproximação do seu decesso. Este relato é acerca de um estranho evoluir dos seus "sonhos", chamemos-lhes assim. Com a medicação ele tendia a dormir muito e só estava desperto quando estávamos com ele. Para o fim, adormecia mesmo na nossa presença e até mesmo quando lhe era dada a comida, sendo necessário despertá-lo, pois podia sufocar. Esteve internado cerca de 2 meses, sempre no hospital, até que faleceu. No primeiro mês os seus sonhos eram normais mas, quando começou a piorar, o que aconteceu a partir do final do 1º mês, os sonhos alteram-se. Contava ele, inicialmente, que havia tido um sonho estranho e recorrente, o de se ver a viajar pelo universo, passando por planetas, vendo outras pessoas que não conhecia, também nessa viagem. Depois começou a sonhar com o primo dele, que foi o seu grande amigo de mocidade e que faleceu muito cedo, com cerca de 30 anos. E sonhou com ele quando, pela primeira vez, sonhou com o "outro mundo". Nesse estado em que estava, de dormência, o seu espírito sempre lúcido terá acedido ao "outro lado", e viu esse seu primo que o veio receber com grande felicidade de ambos. Contava ele que "o outro lado"era lindíssimo, muito clarinho, muito branco e azul, com flores lindíssimas e onde havia uma paz muito grande, em que não se sentia dor nem mal-estar. Havia casas e pessoas que trabalhavam. Todos vestidos de branco e que não se sujavam. E que as pessoas caminhavam sem dificuldade, que não era como aqui em que se sente o peso e inconvenientes do corpo. Continuou estes sonhos e encontrou-se com a sua falecida irmã, que morreu com 40 anos, que também ficou radiante de o ver. A última vez que nos falou sobre esses sonhos foi para falar de uma irmã sua que faleceu aos 2 anos e que o foi receber nesse mundo, pegando na mão do meu Pai e puxando-o dizendo "vem, vem, vamos à mãe que ela está já ali". Disse o meu Pai que ela estava linda, de branco, e com um rosto tão belo que ele reconheceu mal a viu, e de cujos traços já havia esquecido, por a sua morte ter ocorrido há mais de 60 anos. Disse-nos que ela estava linda. O sonho com ela, para mostrar a mãe do meu pai (que também já havia falecido) foi interrompido aquando da nossa chegada ao quarto e o despertámos.
Foi o último relato que nos fez. No dia seguinte fez a transição serenamente.

Achei curioso o facto dos sonhos serem sobre o "outro lado". Poderia dizer-se que isso era efeito dos medicamentos. Mas, então, pergunto eu, por qual a razão que só sonhava com esse tipo de assuntos e não outros mais banais?

Fica este relato para manter a chama deste sítio.

Bem-haja a todos.

Arph.

Victoria

Boas

Acredito que tenha sido uma experiência a sério, e não fantasia.
Agora ele está em paz, a viver outra vida mais plena que esta, que vivemos na Terra

Amunet

Antes de mais bem vinda, espero que gostes de cá estar e gostaria que ajudasses o fórum a crescer com mais relatos fantásticos como este.

Gostei muito do relato e concordo com a Victoria.


Hera

Bem vindo Arph!

Bonito relato. Ao ler o que escreveste quero acreditar que assim seja e isso da-me um pouco de sossego ao pensar em alguém muito especial que já partiu.  :-*


Mas, então, pergunto eu, por qual a razão que só sonhava com esse tipo de assuntos e não outros mais banais?

Vamos ver o que nos diz a Cassandra a tua pergunta.

Bem-haja Arph!

Watanuki

Gostei do teu relato.

E como esse, também já ouvi vários do género,  tendo como única diferença o facto de quem os contava, afirmava ver os seus entes que já partiram ao seu lado e não num sonho.

Fala se que quando estamos para partir, que eles vêem nos buscar.

E quando nos dizem isto, pensamos que estao a delirar, ora devido a medicação ou porque simplesmente estão a morrer e já não dizem coisas com nexo.

A verdade é que os nossos parentes estão presentes quando está para chegar a nossa hora, ou seja,  nunca estamos sozinhos.

Tenho conhecimento de casos em que a pessoa afirmou ter tido uma longa conversa com uma irmã que já havia partido. E depois disso, faleceu.


Por isso, afirmo te com certeza que tudo que o teu pai sonhou, nada teve a ver com a medicação, e sim, com quem gostava dele e estava a sua espera.

Quem sabe não vieram em sonhos para tranquiliza lo?!
Para ele saber que na hora da sua passagem, não estaria sozinho?!

Céu Azul

Arph, adorei o relato!

O que eu acredito é que o teu pai foi preparado para o que se ia seguir. É mais comum do que o que pensamos. De certa forma, ele foi sendo "informado" sobre o sítio para onde iria e com quem iria estar (o primo). Neste caso, certamente o primo recebeu-o na hora da partida e acompanhou-o nos primeiros momentos de maior confusão nesta transição de estado espiritual.

Por isso achei simplesmente maravilhoso! Assim, de certeza que não houve medos nem confusões quando partiu deste e chegou ao outro lado. :)

Obrigada pela partilha. :)

Cassandra

Aquilo a que chamamos sonhos não são sempre coisas criadas pela nossa cabeça. Quanto mais as pessoas relatam os seus sonhos, mais nos apercebemos das diferenças entre sonhos que são mesmo sonhos e outras coisas que acontecem enquanto dormimos.

O relato do Arph é mais um exemplo. Como dizes, e bem, se é só um sonho, porque não sonhar com outra coisa qualquer?

Claro que poderíamos pensar que a mente dele estava a produzir o cenário que gostaria de encontrar, mas quantas pessoas têm esta perspectiva serena sobre a morte? A morte é o derradeiro desconhecido e isso geralmente provoca um sentimento de inquietação, o que não tende a gerar sonhos como este.

Obrigado pelo teu contributo  :)
"A lei da mente é implacável:
O que você pensa, você cria; O que você sente, você atrai; O que você acredita, torna-se realidade." (Buda)

Templa

Olá Arph, que sonhos lindos...

Gosto de te ver por aqui...

Abraço

Arph


O prazer é meu, em te rever por aqui. É um prazer voltar a contactar pessoas que nos eram especiais no PP.

Na verdade esses "sonhos" foram uma preparação para a transição. Ele teve uma morte muito, mas muito serena. Tranquila. Interiormente estava preparado, e os amigos do "outro lado" ajudaram-no muito nessa tarefa. Ele gostava e estava fascinado com o "outro lado", com o que viu. Era tudo lindo.

Um abraço especial do velho Arph.

Fleite

    Os sonhos que maior dano causam na nossa vida são os sonhos em que tudo é um mar de rosas e em que tudo corre de acordo com as nossas ambições e desejos.

     São perigosos porque ao darem-nos o que desejámos que seja verdade deixam-nos num êxtase tal que perdemos a capacidade de discernir entre a verdade e as mentiras que a nossa mente projecta ou que outros injectam na nossa mente.

     Não é regra mas o caso que relata não parece ser excepção.

     É o que me fica ao ler o que relata.

Arph


Não digo que não, pois não sou dono da verdade e não conheço os mecanismos do cérebro e da consciência.
Mas, como explica o que relato no tópico "O Meu Pai - II?  http://www.yoursouls.pt/index.php/topic,4039.0.html

Fleite

Citação de: Arph em Outubro 22, 2016, 07:36:28

Não digo que não, pois não sou dono da verdade e não conheço os mecanismos do cérebro e da consciência.
Mas, como explica o que relato no tópico "O Meu Pai - II?  http://www.yoursouls.pt/index.php/topic,4039.0.html


     Bom dia Arph.

     Em primeiro lugar devo dizer que após ter postado o que "senti" ao ler este tópico postado por si, me arrependi de o ter feito. Isto porque normalmente as pessoas de tão arreigadas às suas convicções não são capazes de tolerar quem vê as coisas de forma diferente. Vejo agora que você além de tolerante também procura justificações para esta espécie de fenómenos com que lidamos diáriamente.

     Em relação ao tópico "O Meu Pai – II", relata uma manifestação de uma entidade, mas até comprovar que se trata mesmo de uma manifestação provocada pelo espírito do seu pai exige ponderação e observação mais apuradas, principalmente porque você e a sua família são os principais interessados em não andar a alimentar as necessidades energéticas de um qualquer espírito que se aproveita do amor que vocês têm ao seu pai para por cá se manter.

     Digo isto porquê?  Porque um espírito acabado de desencarnar não possui conhecimentos da forma de se movimentar no lado espiritual e muito menos de como se "adensar" a ponto de interagir com a matéria.

     Se fosse algo tão simples de fazer e que portanto estivesse ao alcance de um qualquer espírito, imagine a balburdia que seria nos nossos lares. A viúva de um marido ciumento teria à sua volta como que um vendaval que tudo derrubaria, sempre que olhasse para algum homem de uma forma que o falecido desaprovasse. Se fosse simples a Shambala já teria se teria manifestado como prometeu que o faria e ela era uma conhecedora dos meandros espirituais ligados a esse tipo de fenómenos.

     Se fosse simples eu por certo não teria uma única noite ou dia de sossego pois os espíritos usariam esse expediente para me infernizar a vida como vingança à forma como os confronto com as suas mentiras.

     Repare que eu não estou a dizer que derrubar objectos é algo que eles não conseguem fazer, eu digo é que são muito poucos os que o conseguem e já tive a sorte de por duas vezes ter assistido a manifestações idênticas.

     Como sabe, os espíritos conseguem aparecer com a forma visível com que "querem" ser vistos. Quer isto dizer que "querendo", um espírito pode assumir o aspecto físico do seu pai e quem o conseguir ver vai julgar que é o seu pai que ali está.

     Repare agora na sequência dos acontecimentos. A sua mãe tem a percepção de uma mudança na estrutura da sala que na verdade não existiu, pois nenhum dos restantes presentes testemunhou essa mudança. Se essa mudança não foi real teve que existir um factor que provocasse essa, digamos, como que visão. Essa visão gera um alerta que põe todos em expectativa e você não imagina a energia mental que foi libertada naquela sala, energia essa à qual uma entidade conhecedora pode dar múltiplos usos.

     Repare que uma boa parte deste tipo de manifestações paranormais precedem um ambiente místico ou com algo que incita ao sobrenatural. É como ir à cartomante ou ao vidente profissional e apreciar o ambiente em que trabalham. Lá dentro uma pessoa nunca se sente totalmente à vontade e é desse estado mental que a entidade que trabalha com os médiuns se aproveita. Mas isso já foge do tema.

     Quanto à sua mãe sentir uma mão a acariciar-lhe a cabeça e os cabelos é algo que para quem tem mediúnidade é perfeitamente normal, agora já não acho normal é que tendo a sua mãe mediúnidade auditiva não tivesse existido uma comunicação verbal entre ambos. O seu pai desconhecia-lhe essa capacidade? Acho que não.

     Agora se tivermos em conta que uma conversa pode revelar intenções e personalidades e dessa forma ter certezas sobre quem e na verdade o interlocutor, vemos que não é a melhor forma de um impostor se apresentar, e logo à esposa que o conhece como ninguém.

     Para alguém que após sonhar se apressa a partilhar o que viu num sonho, ficar calado quando o que podia relatar já seria a descrição de uma realidade visível, não está dentro dos parâmetros duma actuação que eu entendo como normal. Se fosse o seu pai a primeira coisa que ele faria seria contar-lhe o que se estava a passar com ele no lado em que agora se encontra.

     Não entende da mesma forma?

Arph


Caro Fleite, obrigado pelos seus comentários.
À semelhança do que eu fazia no antigo PP, os meus tópicos apenas pretendem ser a expressão de singularidades (ocorrências anormais) que se passaram comigo, ou com pessoas próximas de mim. Poderei, naturamente, ter uma certa inclinação para justificar a ocorrência anormal de acordo com valorações próprias daquilo que é a minha estrutura cultural. Mas, como sou um espírito racional, obviamente que nunca poderia dizer, com a consciência de uma certeza absoluta, que determinada singularidade é resultado da manifestação de um espírito e já não fruto de uma qualquer fenomenologia, até explicada pela Ciência.
Quando eu (e não só) não tenho as respostas para esta triologia interrogativa que acompanha o Homem desde que reflecte sobre o mundo, qual seja: quem sou? de onde vim? para onde vou? - é claro que não poderei ter certezas sobre absolutamente nada que tenha que ver com a questão da metafísica. Pelo que, eventualmente, nem vida existirá depois da morte física, e toda a fenomenologia que se lhe atribui talvez não passe de alguma actuação de quem cá fica, ou algum resquício de energia psiquica (seja lá isso o que for) que o finado deixou, em consequência de uma decorrência normal de uma qualquer lei da física ainda não descoberta ou, pouco ou nada desenvolvida.
E vejo que também partilha um pouco deste ideia. Porém, você fala em espíritos, em contactos que teve com eles, e isso surpreende-me, pois, afinal, você dá como adquirido a existência de espíritos.
Que, existindo espíritos (o que eu, em absoluto não posso afirmar exisitirem), pudesse ter sido um deles a querer substituir-se ao meu falecido Pai, é a sua posição como algo provável. Pois, mas então estaríamos a entrar num caminho conjectural que nos levava ao tudo e ao nada, porquanto também, com a mesma legitimidade, eu poderia defender que se tratou de uma ocorrência anormal provocada pelo espírito do meu pai (o que não tenho a certeza, em abono da verdade).
Em conclusão, e perante a ignorância completa que todos nós temos sobre aquela triologia interrogativa, o que vale dizer, a ignorância sobre os mistérios da criação, resta-nos apenas, tal como aqui tento fazer, dar a conhecer os fenómenos que se passam connosco e, quando muito, mas com a relatividade originada pela ignorância, dizer qual a nosso opinião explicativa. Que vale o que vale, como é evidente.

Mais uma vez obrigado pela sua participação.



Fleite

    Amigo Arph, você sabe tal como eu que algumas vezes temos que falar das coisas adaptando-as à forma como quem nos ouve as entende.

    As pessoas estão habituadas a ouvir falar de espíritos e não de formas pensamento. As pessoas querem continuar vivas depois da morte física e não aceitam a ideia de que só existirão como memórias latentes das experiências que por cá viveram. As pessoas não sabem que para se "transformarem" em espírito têm um longo processo a percorrer.

    Eu, um simples mortal, não posso chegar aqui de rompante e retirar-lhes essa ilusão. Primeiro porque não tenho provas palpáveis do que digo, e depois porque mesmo mergulhadas numa vida de sofrimento que lhes é imposta por dogmas religiosos, não têm a coragem de olhar o céu e exigir a liberdade e felicidade que lhes pertence por direito e que lhes foi retirada à nascença por alguns que conseguiram tornar-se espíritos.

    As pessoas preferem sofrer, refugiando-se na mentira do karma, do destino ou do triste fado que é a sua vida. Vivem acomodadas porque foram forçadas a viver assim e quando alertadas do erro atiram-se com unhas e dentes contra quem os alerta. O medo de confrontarem quem os subjuga bloqueia-lhes a capacidade de julgamento e de discernimento.

    As pessoas até gostam de ler algumas coisas que eu escrevo por estes lados. Algumas apercebem-se de que se calhar eu até tenho razão, mas não passam disso mesmo. Não são capazes de fazer perguntas que aprofundem os conhecimentos ou que esclareçam duvidas e não o fazem porque vivem no medo de se interrogarem a elas mesmas sobre o que entendem serem os motivos de existirem, de serem uma vida na forma consciente e humana. No intimo sentem-se vazias como se estivessem forçadas a viver uma vida que não é a sua, sem finalidade que justifique tanto sofrimento, mas ficam-se por isso mesmo.

    Vou-me ficar por aqui, para que quem ler isto não se sinta ofendido nas suas convicções.

Fleite

     

   

Arph

Caro Fleite (espero que não seja a Ferreira Leite  :) ), estou como aquela máxima socrática "Só sei que nada sei...". Sou um espectador neste mundo, através de cujo palco vejo passar personagens e cenas que me vão afectando, negativa ou positivamente, impregnando a minha consciência de impressões, de sentimentos. Como somos seres racionais, interrogamo-nos sobre a origem das coisas. Assim foi desde o início e, graças a esta teimosa curiosidade de saber o que está velado, temos conseguido grandes progressos na Ciência e na Técnica. Isto quer dizer que, apesar das limitações da ignorância primordial, o Homem tem conseguido, à sua e muita custa, rasgar a Ignorância e ver para além da sua pequenez. O Homem hoje é maior que o Homem de ontem, graças à sua capacidade analítica e investigativa.
Aqui chegados batemos com a cara na porta da Ignorância Metafísica - o que está para além da matéria, da morte! Por isso o nosso (de muitos) fascínio pelo tema da paranormalidade: aquilo que está para lá do normal; os fenómenos que nos intrigam e para cuja explicação AINDA não temos resposta. Sei que os relâmpagos e as trovoadas foram, durante milénios, assombro paranormal para a Humanidade sujeita aos seus efeitos, até que se explicou o fenómeno com o facto de colidirem núvens carregadas com diferentes cargas eléctricas: uma explicação ciêntifica, longe, portanto, do dantesco Zeus. Nada mais natural que um dia também a ciência venha a explicar muitos destes fenómenos relacionados com o paranormal, na sua vertente da fenomenologia da morte e suas manifestações, que é o que aqui nos interessa. Mas... a nossa mente curiosa, sempre insaciável, já nos aponta incongruências; já nos interroga e não nos deixa serenos relativamente a esses fenómenos. Vem-nos à nossa mente o caso deste e daquele sujeito que alegaram ter conhecimentos de uma vida passada, e até sabem os nomes dos seus familiares, quando morreram, quem os matou e como e com que os matou, e denunciam os seus executores, ainda vivos, e estes, aterrados, e perante as evidências, admitem os crimes. Estes factos estão documentados e estudados por pessoas com formação ciêntífica. E são cada vez mais os casos sobre esse tema. E assim se abre mais uma janela "incomodativa" sobre o tema da morte: mais um rasgão na Ignorância Metafísica. Afinal há vida depois desta, já que alguém foi alguém anteriormente e morreu e voltou, e tráz consigo memórias precisosas que confundem os cépticos.

Caro Fleite, a vida pode não fazer sentido; podem as pessoas andar cegas por crenças religiosas ou outras, mas têm sido essas crenças que têm tentado dar uma explicação para as anormalidades que nos surgem. Muitos religiosos também não se conformam com uma visão maniqueísta do mundo e se tornam curiosos do oculto: lembro-me do padre brasileiro Landell de Moura, que inventou o rádio (sim, foi ele!!) e fez os primeiros contactos de transcomunicação instrumental; e do padre duma paróquia perto de mim que acredita no espiritísmo e é médium; se formos mais longe até batemos de caras com o Papa João XXI, o nosso Pedro Hispano, que foi um famoso físico (médico) e alquimista no seu tempo.

Há uma grande necessidade, uma ânsiedade de saber, e são os espíritos (personalidades) mais inconformados e curiosos que se lançam no desbravar desta nova Terra. E não pudemos, no meu entender, julgar aqueles que não se lançam na exploração deste novo horizonte por medos arcaicos, pois eles são o receptáculo de uma explicação velha, talvez instisfatória, mas que será sempre aquela âncora explicativa, e que dá conforto ao ser, quando falha o desbravar dessa nova Terra.
Afinal, todos nós precisamos de ter um centro gravítico, à volta do qual podemos andar com segurança, nem que seja aparente. A vida tem que ter um sentido para todos, mesmo que seja um sentido sem sentido.

A verdade? Bem, essa andará por aí e só alcançável quando os pressupostos estiverem reunidos... se é que há pressupostos.

Vamos vivendo, caro Fleite, e tranquilos, pois um dia a verdade será revelada.