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As minhas incertezas ocupam o espaço limitado por todas as barreiras.
A melancolia repousa no tempo roubado à realidade, num mar onde não tenho pé, onde desaprendi de nadar.
Talvez me segure a uma rocha, talvez aviste o porto, talvez não. Talvez...
Mas enquanto a rocha não sobrevém e o porto é uma miragem, a saudade vai branqueando e pretende acompanhar-me no correr breve e veloz do tempo.
A saudade foi entrando sem pedir licença.
Primeiro uma doce lembrança, depois um vago desconforto.
Tentei resisti-lhe. Riu-se de mim e atiçou sentidos para melhor me dominar.
Foi-me envolvendo num laço que, a pouco e pouco, se apertou dentro de mim.
Tentou deitar abaixo os muros das minhas certezas. Carregada de pedaços de sonho, instalou-se como se fizesse parte do rio que me percorre.
Lutei, procurei tudo o que a vida me ensinou para a enfrentar. Mas, a cada argumento meu, respondeu descobrindo o que em mim residia sem que eu visse, sem que soubesse sequer.
Não me deu tréguas e já não tento domá-la.
Sei que se acalma no olhar das palavras, nas noites em que até o sono se esconde.
E sempre que a insónia me sufoca ergo-me incauto nas margens da noite, e atiro palavras contra a porta do silêncio.

Autor// Anónimo Sonhador