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    Continuação: 2ª parte

     O segundo motivo de termos problemas ao nível do comportamento que não conseguimos superar é o termo-nos por qualquer motivo adaptado à ideia de que não podemos, de que não conseguimos ou de que não temos capacidade para fazer algo.

     Embora estas situações geralmente tenham a ver com o receio do fracasso na tentativa, elas existem como resultado da reincidência na ideia do não conseguir, mais propriamente na vergonha que sentirá ao imaginar-se a ser criticada por fazer mal feito.

     Vejamos o caso de Ana.  Ana sempre foi boa aluna. Afável e brincalhona foi convidada para recitar um poema  na festa de final de ano escolar. Decorou o poema que mais gostava e a hora de o declamar aproximou-se. Subiu ao palco e fez-se silêncio.

     Ana começou a recitar o seu poema, mas a meio deu-lhe uma branca. A voz estremeceu-lhe e tentou recompor o verso que tinha esquecido. Na assistência os seus colegas começaram a rir da sua atrapalhação. Em segundos todos riam e gozavam com Ana por se ter perdido na declamação. Ana corou e ficou gelada ao mesmo tempo. O seu coração acelerou de tal forma que ela sentia-o bater no peito. As lágrimas começaram a correr na face e ali ficou incapaz de reagir ou de fugir. Só ouvia os risos e apupos da assistência. Ana nunca mais foi capaz de falar em publico sem tremuras e suores e nunca mais conseguiu decorar textos.

     Ana mudou porque o seu cérebro guardou a imagem de falar em publico associada  aos sentimentos que sentiu naqueles infelizes momentos de juventude. Quando a necessidade a obriga a falar em publico é o cérebro que lhe diz que vai ser gozada e humilhada porque no seu intimo essa imagem perdura e o suor e as tremuras é o cérebro a relembrar-lhe as sensações que outrora viveu.

     Para que acontecimentos como este ou idênticos, quando acontecem, não nos afectem no futuro, é importante que logo após acontecer tenhamos a oportunidade de justificar perante nos mesmos qual foi a causa de termos falhado. Focar a atenção nos momentos anteriores a esse fracasso e ver onde errámos, e de tal maneira que a imagem e sentimentos que ficaram em nós, sejam substituídos pelo mais ou menos bem-estar que descobrir o erro proporcionou. E dizer como quem venceu: -para a próxima já sei como fazer!.

     Isto funciona com todos os que não se dão por vencidos e também funcionará consigo. E funciona porque quem assim age confunde o cérebro. No momento em que o cérebro está a memorizar uma imagem ligada a sentimentos você obriga-o a relembrar o passado anterior a esses sentimentos e imagens porque ao pensar você visualiza.

     O cérebro não executa a nível de memória duas coisas ao mesmo tempo e baralha-se nas imagens e memórias. Neste estado de confusão mental, quando você fica satisfeito com o resultado de ter descoberto a causa, o cérebro guardará a imagem do fracasso relacionada com a causa e não com a consequência. No futuro quando se deparar com situação idêntica o seu intimo vai-lhe dizer para não fazer da maneira x para que não aconteça y,  em lugar de se lembrar tão somente do fracasso e o inibir de agir, com receio que se repita.

     Esta é a solução possível para evitar que o fracasso nos passe a dominar no futuro. Libertar-mo-nos das memórias já guardadas e que nos impedem agora de agir livremente vai ser mais demorado e mais trabalhoso.

     Precisamos saber o como e o porquê destas situações acontecerem para que possamos compreender os meandros da cura destas mesmas situações. Por isso estou a explicar desta maneira. Ponham as vossas questões pois com elas vocês ajudam-me a desenvolver o tema de uma forma mais directa.

Faz sempre bem ler e reler para não esquecer!  ;)

E como escreve meu amigo Fleite:   ´´Esta é a solução possível para evitar que o fracasso nos passe a dominar no futuro.´´ :)