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O Meu Pai - II

Iniciado por Arph, Outubro 12, 2016, 11:33:16

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Arph



Já vos contei o que se passou durante o tempo em que o meu pai esteve internado até que faleceu. Depois, naturalmente, veio o funeral. Após o funeral, a minha Mãe ficou em casa do meu irmão. A agência funerária tinha colocado uns cartões pequenos de duas folhas, com uns 15 cm x 10 cm, pouco mais ou menos, à disposição das pessoas que assistiram ao funeral, e que tinham na primeira página (folha de rosto) uma vela acesa em fundo escuro, e na segunda página uma espécie de oração; na 3ª página a foto do meu Pai. Todos nós trouxemos um a cada um.
Como vos havia dito, a minha Mãe, no dia do funeral, foi para casa do meu irmão, onde pernoitou durante uns dias. Logo que chegaram a casa (ela, o meu irmão e um filho do meu irmão, já maior de idade) colocaram os 3 cartões metidos uns nos outros (como folhas de um livro) e em pé, em cima de uma pequena mesa de entrada existente no hall, junto à parede. Por volta das 23h 40m, eu terminei a minha oração por intenção da alma do meu Pai, para que estivesse bem. Pedi ainda que Deus permitisse que, se ele estivesse bem, que nos desse um sinal. Curiosamente, como vim a saber mais tarde, em casa do meu irmão e por essa hora sensivelmente, os três também tinham feito uma oração no mesmo sentido e com o mesmo pedido.
Eram 23h 51m (confirmei agora mesmo no meu telemóvel), o meu irmão ligou-me a dizer-me que tinha acontecido uma coisa que eu não ia acreditar. Naturalmente que relacionei logo isso com algum sinal do nosso Pai. Então tinha-se passado o seguinte: estavam todos na sala, e a minha Mãe, que estava sentada numa posição em que via à sua frente, pelo seu lado esquerdo, a porta que dava para o hall e a referida mesa, teve a percepção de que aquela mesa, e o espelho por detrás da mesma, se haviam deslocado e estavam agora na parede da sala à sua esquerda; ou seja, como que houvesse uma mudança de paredes. E gritou para o meu irmão e o meu sobrinho a dizer que a casa estava ao contrário, mas eles nada viram de anormal. Logo de seguida, ouviram um barulho seco e pesado, muito sonante, que os fez sobressaltar, e que eles compararam ao de uma carteira a cair no chão, vindo do hall. O meu sobrinho levantou-se e foi ver o que se tinha passado e, nisto, chamou-os, dizendo que o Avô estava ali. Levantaram-se e foram ver. No chão, encontrava-se caído um dos cartões, aberto com o rosto do meu Pai. Os outros dois estavam em pé e na mesma posição inicial. A seguir, o meu irmão ligou-me a contar o que se passou. Perguntei-lhe se havia alguma janela aberta ou porta por onde pudesse ter passado uma corrente de ar, e ele disse-me que não, que já tinha ido verificar para não haver dúvidas, e que estava tudo fechado. E ainda deixaram cair o cartão para o chão, no qual havia um tapete, e o som era quase imperceptível.
Para que não hajam dúvidas, trata-se de um apartamento, no 3º andar, e a porta de entrada do mesmo tem uma borracha junto ao chão para impedir entrada de insectos, e é calafetada com fita de borracha em toda a volta da batente da porta, pelo que nenhuma corrente de ar por ali passaria.
Para os descrentes, mesmo que houvesse uma corrente de ar que fosse a causa do cartão ter caído, como se justifica que ele tivesse saltado de dentro do empilhamento dos demais sem que estes fossem atingidos, permanecendo no exacto lugar? Como se justifica o barulho despropositado feito pelo cartão inicialmente, que os fez sobressaltar, quando depois quase que nem se ouviu cair? E, por fim, que fenómeno foi aquele que antecedeu a tudo isto e que foi o facto da minha Mãe se ter apercebido de que a parede da mesa do hall tinha trocado de lugar com a parede da sala que estava ao seu lado esquerdo?
A minha Mãe dormiu a noite toda como já há anos o não fazia, e sem tomar qualquer medicamento. Na noite seguinte, por volta da meia-noite, pôs-se a rezar, de joelhos, junto à cama, e sentiu, sem qualquer dúvida, uma mão a acariciar-lhe a cabeça e os cabelos. Parou de rezar e, pensando que era o meu irmão, disse "vai dormir, que eu estou bem". Estranhando não ouvir passos a afastarem-se, olhou para trás e não viu ninguém. Não tinha sido o meu irmão, e o meu sobrinho já não se encontrava em casa.


Bem-haja a todos.

Arph

Hera

Muito bom, gostei muito.

Um relato real e sentido.

Revi-me numa passagem do teu texto  que me trouce à memória um sentimento de saudade...  :-*

uma mão a acariciar-lhe a cabeça e os cabelos



Hera

Sim. Uma ligação muito forte.

E sentia a mesma sensação que tu descreveste!

Templa


Arph


Cara amiga Templa, é um prazer rever-te.

De facto, a minha mãe desde sempre teve a capacidade de ver "sombras" e ouvir vozes das mesmas. Quiseram desenvolver-lhe essas capacidades, mas ela sempre recusou.

Um especial abraço.

Hera

Como já tinha escrito.
Sim. Eu também perdi alguém com uma ligação muito forte. Esse alguém que não disse foi o meu Pai.

E sentia a mesma sensação que tu descreveste! uma mão a acariciar-me a cabeça e os cabelos, eu sentia a mão dele na minha face, inclusive havia uma diferença de temperatura entre nós.
Como é que eu sabia que era ele? Eu sei que sim.

Isso começou a acontecer mais ao menos um ano após ele partir, à algum tempo que não acontece!

Fico feliz ao ler os teus relatos sobre o teu Pai, isso sossega o meu coração, e diz-me que o meu está bem!
Mas também trás uma sensação de vazio.
Queria tanto ter estado com ele, me ter despedido....

Arph


Olá, Hera. Lamento e sei como te sentes.

Ainda bem que te sentes mais tranquila com o meu relato. Já é bom, e valeu a pena por isso a sua publicação aqui.

Como respondi ao Fleite, no outro tópico (http://www.yoursouls.pt/index.php/topic,4025.0.html), nós acabamos por não ter a certeza de nada. Mas quando nos surgem estes fenómenos, e por serem tão singulares, acabamos por criar uma convicção de que existe algo para lá desta vida, nem que o façamos por uma questão de fé.
Eu ouço dizer a alguns cépticos que tudo não passará de uma manifestação energética/psíquica das pessoas que desejam muito um certo resultado. Ou seja, e no nosso caso, quando se perde um ente querido surge uma grande vontade de contacto com ele, e se ocorrer algo singular então isso seria o resultado das energias envolvidas na vontade de cada um dos familiares do falecido. Bem, convenhamos que é, ou, pelo menos, se pode apresentar como uma explicação plausível. Mas, fica sempre um senão, o qual é este: se assim fosse, como explicar tantas famílias que gostariam muito de ter um contacto com o familiar finado e nunca tiveram uma experiência singular?

Não sei. Mas fico contente por ter tido as minhas, que me dão o conforto, nem que seja assente em ilusões, de que há vida depois desta.

Bem-haja.

Hera

Obrigada, Arph!

Eu também sinto muito a tua perda, que ainda é mais recente que a minha.
O meu pai faz 3 anos dia 26 de dezembro, partiu repentinamente enquanto descansava!

Não me importa aquilo que os outros dizem, se acreditam ou não, se teem teorias diferentes, crenças diferentes...

Importa sim, aquilo em que eu acredito, naquilo que quero acreditar ou sentir e nada nem ninguém por mais teorias que apresentem vão me dissuadir do que eu acredito.

Sabes Arph! Aqueles que nos tentam dissuadir, aqueles que dizem que não acreditam, que tem sempre uma explicação para tudo! São os mesmos que davam tudo para ter os que mais amaram de volta nem que fosse por um minuto, nem que fosse um sorriso um olhar....
Por mais sético que seja quem não tem curiosidade em saber como é? Como estão? Se vão voltar? Quando voltam?
Eu tenho curiosidade, eu acredito na reencarnação, eu acredito que o meu espírito já viveu anteriormente....

Como escrevi anteriormente senti a presença dele pela primeira vez após um ano dele ter partido, sentia a sua presença mesmo sem o ver, nos últimos tempos não sinto mais.
Sinto que ele já não está mais entre nós!  ;)

Se acham que sou louca em acreditar que prefiro sofrer, problema deles, é a opinião deles.

Eu sei aquilo que sinto, ilusão ou não. Quem o poderá provar?

Eu também fico contente por ter tido as minhas... e espero voltar a ter mais....

Bem-haja

Arph


Espero bem que tenhas mais experiências, e boas.

Quanto ao resto, quem nos consegue convencer de coisa diferente? Quem sabe a verdade?

Cada um cria a sua realidade metafísica de acordo com as suas experiências paranormais; já que não há, por enquanto, outro método de nos criar essa realidade.

Bem-haja, Hera.

Hera

Citação de: Arph em Outubro 22, 2016, 08:19:02

Espero bem que tenhas mais experiências, e boas.

Quanto ao resto, quem nos consegue convencer de coisa diferente? Quem sabe a verdade?

Cada um cria a sua realidade metafísica de acordo com as suas experiências paranormais; já que não há, por enquanto, outro método de nos criar essa realidade.

Bem-haja, Hera.

Quem me dera Arph... quem me dera.

Bem-haja Arph  :-*