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Violência doméstica: SIC condena conselhos de taróloga Carla Duarte

Iniciado por Morticiadanns, Junho 03, 2016, 04:36:05

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onetruth

Citação de: Fleite em Junho 05, 2016, 01:43:19
Resposta a Onetruth.

     Por muito que leia e raleie o que Onetruth escreveu não consigo encontrar lógica no que ficou escrito. Há coisas que são bonitas mas somente na forma como soam como palavras, porque na prática, na vida real onde imperam os sentimentos, o orgulho, o machismo e feminismo, as coisas não funcionam da forma como se escrevem.

     Somente algum acontecimento que ponha em risco a vida ou o bem estar de uma pessoa que pratique violência doméstica ao longo de tantos anos, como é o caso, poderá fazer com que ela mude o seu comportamento em relação à vitima, e mesmo assim só acontece se o agressor vir o agredido como uma tábua de salvação e o medo que o acontecimento lhe causa seja maior que o seu orgulho e amor próprio.

     Quem pratica violência doméstica intimamente sente prazer quando o faz, porque é uma forma de impôr a sua estúpida autoridade e de assim se sentir superior.  No caso em questão ainda é pior, pois as agressões são assessoradas pelo álcool, tendo-se por isso mesmo transformado também num vicio.

     Para que esta senhora, a vitima, se livre desta situação, a única hipótese que tem é a separação. Podem vir com paninhos quentes e com histórias de amor ao próximo mas a coisa é mesmo assim. Enquanto tal não acontecer é como diz o povo: -"Nem o pai morre nem a gente almoça".

     A resposta que a cartomante deu ultrapassou os limites da estupidez e da ignorância sobre o comportamento dos humanos. A senhora no auge da sua infelicidade telefonou porque sentiu que poderia ser ajudada. Tinha "fé" em que as cartas lhe devolvessem a felicidade numa resposta consoladora e libertadora da violência de que é alvo, mas a resposta que recebeu foi de continuar a ser mais submissa ainda, a ser carne para canhão.

     Já que no seu texto fala na forma como a nossa mente interioriza comportamentos, analise a forma como a mente desta senhora interioriza o conselho que lhe foi dado. Não o faça à sua maneira, mas ponha-se no lugar dela. Imagine-se mulher, em casa a fazer o jantar e o marido entra embriagado e embirra com as batatas simplesmente porque lhe apetece arroz. Você tenta-se justificar e recebe uma valente bofetada e ouve-o gritar palavras que ofendem a sua dignidade e a rebaixam como ser humano. Mais tarde na cama é obrigado a ter sexo com uma criatura semiconsciente mas ainda violenta devido ao álcool ingerido, que o obriga a práticas sexuais com as quais  não concorda mas às quais é obrigado pela porrada e superioridade física. Isto com algumas variantes ao longo de 40 longos anos.

     São 40 anos a desejar que a noite não chegue, a sofrer por antecipação o que sabe que vai ser obrigada a fazer e a suportar no corpo e na alma. São 24 horas por dia vividos a fingir que se vive, para que numa hora em que o sofrimento é tanto que até a coragem sobrevém, se decide a pedir ajuda. Ouça a resposta que lhe foi dada e misture-a com o sofrimento em que vive e pondere no resultado.

     Provavelmente lhe ocorrerá pôr termo à vida que o medo do castigo divino evitará, ou talvez não. O "comportamento reflectido", de que você fala, e que ela antevê no marido provoca-lhe mais um medo acrescido: - que o marido descubra que foi ela que pediu auxilio num programa de televisão. É que não falta quem denuncie estes actos só para ver o circo a arder. Eu sei como são as pessoas.

     E não se esqueça que quem põe as cartas provoca no consulente o pior dos condicionamentos mentais que pode existir, pois quem procura esta ajuda na esperança de encontrar uma solução, leva a mente aberta para interiorizar as palavras que lhe irão ser ditas. A mente inconsciente assimilará tudo o que é dito e será de uma forma inconsciente que a pessoa tudo fará para tentar que o que foi dito aconteça. Porém quando a resposta provoca um choque emocional (como é o caso), a confusão que fica no cérebro poderá provocar os mais nefastos resultados.

     Como este fórum versa o espiritismo digo-lhe também que não faltam espíritos especializados em cartomancia que mais não fazem do que lixar a vida de quem os procura quando consultam as (os) cartomantes. O que está por trás da Carla é um desses.
Apesar de não entender o que escrevi, tem uma lógica e um efeito real (releia a referência ao amolecimento do pão duro). Mas cada caso é um caso e nós não sabemos a razão de o marido ter o comportamento que tem.
Qual a razão para o marido beber tanto? Que males tenta ele tratar com isso? O que leva a ser um bêbado violento e não um bêbado pacífico? Antes de responder a essas questões, faço estas: Por que razão aguenta aquela mulher 40 anos onde a relação endureceu a um ponto praticamente irremediável? Por que não se impôs no início ou a meio desta vida? Não sabemos, mas poderia ajudar a explicar. [em alguns pontos, já me pus nessa posição e já tive de tentar reverter esse tipo de ciclos, não falo só porque sim; o mal é deixar passar demasiado tempo e permitir que as coisas piorem até um estado impossível de reverter]

Conheço um caso em que a mulher se impôs e a violência acabou.

A violência doméstica é um sintoma de um ou vários problemas entre o casal (emocionais, mentais), tal como uma doença é o efeito visível de um ou vários problemas. Para eliminar este tipo de violência, em teoria, dever-se-iam identificar e tratar as suas origens.
Porque apesar de tantas crenças, opiniões e perspectivas, a verdade é só uma...
Pode ser extensa e complexa, mas é só uma...

Fleite

Citação de: onetruth em Junho 05, 2016, 04:28:21
Apesar de não entender o que escrevi, tem uma lógica e um efeito real (releia a referência ao amolecimento do pão duro). Mas cada caso é um caso e nós não sabemos a razão de o marido ter o comportamento que tem.
Qual a razão para o marido beber tanto? Que males tenta ele tratar com isso? O que leva a ser um bêbado violento e não um bêbado pacífico? Antes de responder a essas questões, faço estas: Por que razão aguenta aquela mulher 40 anos onde a relação endureceu a um ponto praticamente irremediável? Por que não se impôs no início ou a meio desta vida? Não sabemos, mas poderia ajudar a explicar. [em alguns pontos, já me pus nessa posição e já tive de tentar reverter esse tipo de ciclos, não falo só porque sim; o mal é deixar passar demasiado tempo e permitir que as coisas piorem até um estado impossível de reverter]

Conheço um caso em que a mulher se impôs e a violência acabou.

A violência doméstica é um sintoma de um ou vários problemas entre o casal (emocionais, mentais), tal como uma doença é o efeito visível de um ou vários problemas. Para eliminar este tipo de violência, em teoria, dever-se-iam identificar e tratar as suas origens.


     Para ser possível compreender o que alguém escreve é necessário que a escrita seja o mais explicita possível e que não proporcione a possibilidade de duas interpretações diferentes.

     Você tem também que ver estes conselhos dados por uma cartomante num campo muito mais alargado. São centenas senão milhares de mulheres e homens que sofrem de violência doméstica que assistem a este tipo de programas. Se um conselho com o impacto que este tem na vida de quem sofre de violência, é dado num programa de televisão, tem que o ser de uma forma generalizada, pois quem sofre de um mal idêntico vai interiorizar a resposta. Como exemplo quase toda a gente toma Aspirina para as dores porque algum conhecido lhe disse que o tomou para as dores e não porque o médico o receitou.

     Dada a implicância da resposta, esta deveria ser dada em particular e não lançada para a plateia. O respeito pela dor dos outros a isso obriga quando o tratador é sério no conselho que dá.

     Quanto aos motivos porque o homem bebe não podem ser desculpa para o seu comportamento, pois temos a obrigação de sermos inteligentes o suficiente para controlar os vícios que temos e que podem prejudicar o bem estar dos outros. Se vamos perdoar a quem bate somente porque está viciado na bebida, temos que perdoar ao violador e ao pedófilo, entre outros, porque também estão presos aos seu vícios.

     A senhora ao principio fez como a maioria das mulheres faz, cala-se com vergonha e não dela, mas do que possam pensar do marido principalmente. Talvez porque o ama ou amava. Para nós é muito fácil dizer que no lugar dela fazíamos isto ou aquilo, armados em super heróis, mas só o fazemos porque não somos nós a sofrer a situação que ela vive.

     Tenta-me dizer que a culpa de ele bater na mulher poderá residir nos motivos que o levam a beber? Então será que o motivo de haver homens que são pedófilos reside no facto de existirem crianças?

onetruth

Citação de: Fleite em Junho 05, 2016, 06:47:22
Citação de: onetruth em Junho 05, 2016, 04:28:21
Apesar de não entender o que escrevi, tem uma lógica e um efeito real (releia a referência ao amolecimento do pão duro). Mas cada caso é um caso e nós não sabemos a razão de o marido ter o comportamento que tem.
Qual a razão para o marido beber tanto? Que males tenta ele tratar com isso? O que leva a ser um bêbado violento e não um bêbado pacífico? Antes de responder a essas questões, faço estas: Por que razão aguenta aquela mulher 40 anos onde a relação endureceu a um ponto praticamente irremediável? Por que não se impôs no início ou a meio desta vida? Não sabemos, mas poderia ajudar a explicar. [em alguns pontos, já me pus nessa posição e já tive de tentar reverter esse tipo de ciclos, não falo só porque sim; o mal é deixar passar demasiado tempo e permitir que as coisas piorem até um estado impossível de reverter]

Conheço um caso em que a mulher se impôs e a violência acabou.

A violência doméstica é um sintoma de um ou vários problemas entre o casal (emocionais, mentais), tal como uma doença é o efeito visível de um ou vários problemas. Para eliminar este tipo de violência, em teoria, dever-se-iam identificar e tratar as suas origens.


     Para ser possível compreender o que alguém escreve é necessário que a escrita seja o mais explicita possível e que não proporcione a possibilidade de duas interpretações diferentes.

     Você tem também que ver estes conselhos dados por uma cartomante num campo muito mais alargado. São centenas senão milhares de mulheres e homens que sofrem de violência doméstica que assistem a este tipo de programas. Se um conselho com o impacto que este tem na vida de quem sofre de violência, é dado num programa de televisão, tem que o ser de uma forma generalizada, pois quem sofre de um mal idêntico vai interiorizar a resposta. Como exemplo quase toda a gente toma Aspirina para as dores porque algum conhecido lhe disse que o tomou para as dores e não porque o médico o receitou.

     Dada a implicância da resposta, esta deveria ser dada em particular e não lançada para a plateia. O respeito pela dor dos outros a isso obriga quando o tratador é sério no conselho que dá.

     Quanto aos motivos porque o homem bebe não podem ser desculpa para o seu comportamento, pois temos a obrigação de sermos inteligentes o suficiente para controlar os vícios que temos e que podem prejudicar o bem estar dos outros. Se vamos perdoar a quem bate somente porque está viciado na bebida, temos que perdoar ao violador e ao pedófilo, entre outros, porque também estão presos aos seu vícios.

     A senhora ao principio fez como a maioria das mulheres faz, cala-se com vergonha e não dela, mas do que possam pensar do marido principalmente. Talvez porque o ama ou amava. Para nós é muito fácil dizer que no lugar dela fazíamos isto ou aquilo, armados em super heróis, mas só o fazemos porque não somos nós a sofrer a situação que ela vive.

     Tenta-me dizer que a culpa de ele bater na mulher poderá residir nos motivos que o levam a beber? Então será que o motivo de haver homens que são pedófilos reside no facto de existirem crianças?
Quando o Homem acredita numa coisa formata os seus argumentos de forma a conseguir provar aquilo que quer ou a diminuir as perspectivas dos outros. É prática comum. Por isso foi buscar o exemplo extremo da pedofilia para o comparar com este caso. Nem sempre se podem usar outros crimes e forçar coerência no tratamento dos casos. Se reler o que escrevi verá que ela (a esposa) pode tentar verificar se consegue lidar com o marido de outra forma, pelo menos durante algum tempo. O exemplo do caso do Manuel Baltazar demonstra que a denúncia e separação adiaram o problema e mais tarde agravaram-no.

No meio prisional fala-se na questão da reinserção social no sentido de tentar "melhorar" o recluso, de fazê-lo mudar comportamentos negativos, porque prender durante alguns anos e soltar sem fazer nada não contribui para que tenha aprendido com o castigo. Daí tentar-se reabilitá-lo para que o período na prisão seja também de auto-desenvolvimento. [Sinceramente duvido que esses esforços tenham funcionado para a maioria dos reclusos e sabe-se que muitas vezes as prisões tornam os reclusos ainda piores pois aprendem uns com os outros]. Mas o conceito de "pegar" no recluso e tentar ajudá-lo está certo, senão corre-se o risco de libertar alguém que continuará nos mesmos padrões de comportamento após voltar à sociedade. A função da prisão é castigar, mas também de "correcção" (devia pelo menos).

Este parágrafo anterior foi um à parte para referir a necessidade de olhar também para o agressor e identificar o que o levou a transformar-se num agressor.
O agressor está mal, provavelmente a nível mental e/ou emocional e isso reflecte-se no comportamento. Claro que é mais fácil prender o agressor e esquecer o assunto. A maioria das pessoas quando está chateada, irritada, zangada, incomodada trata bem os outros? Ou projecta nos outros a sua insatisfação e maltrata-os? Alguns são fortes e conseguem não "bater" nos outros que não têm culpa, mas a maioria não consegue e descarrega.

"temos a obrigação de sermos inteligentes o suficiente para controlar os vícios que temos e que podem prejudicar o bem estar dos outros"
Veja o mundo à sua volta. Até que ponto isto acontece? "Ninguém" quer saber dos outros. "Ninguém" é inteligente o suficiente para controlar os seus vícios. Não é uma questão de inteligência, é força de vontade, muita até. Quantos têm a plena consciência dos seus vícios e têm enormes dificuldades em quebrar o ciclo? Mas concordo consigo nesta frase, ainda a décadas de ser uma realidade. O problema é que esta ideia não é posta em prática porque maioria das pessoas vive para si.


E quanto a escrever frases claras e sem interpretações...eu também já pensei assim e continuo a tentar escrever explicitamente.
Acontece que o ser humano tem uma capacidade enorme de encontrar interpretações erradas em frases simples. Dê 1 frase a 100 pessoas e ficará surpreendido. Escreva textos para outros lerem ao longo de anos e veja como reagem às suas palavras. Por exemplo, o Ricardo Araújo Pereira disse que um dia colocaram a mensagem "Bom dia" na página do Facebook de uma rádio (penso que a Rádio Comercial) e houve alguém que se ofendeu. É tão difícil evitar interpretações diferentes da nossa interpretação "única" que é mais fácil mudar alguém. É mesmo difícil. Há sempre alguém que nos surpreende pela negativa e lê (imagina) coisas que não lembra a ninguém. Só o facto de eu ter escrito agora um texto tão longo já leva a que você e outros não leiam tudo e se foquem em alguns pontos apenas, ignorando negligentemente a complementaridade de todo o texto.

Com isto tudo, só espero que a tal esposa consiga ter uma vida melhor e o marido e restante família também, se possível. É isso que interessa.
Porque apesar de tantas crenças, opiniões e perspectivas, a verdade é só uma...
Pode ser extensa e complexa, mas é só uma...

Anark

Citação de: Fleite em Junho 05, 2016, 01:43:19

     São 40 anos a desejar que a noite não chegue, a sofrer por antecipação o que sabe que vai ser obrigada a fazer e a suportar no corpo e na alma. São 24 horas por dia vividos a fingir que se vive, para que numa hora em que o sofrimento é tanto que até a coragem sobrevém, se decide a pedir ajuda. Ouça a resposta que lhe foi dada e misture-a com o sofrimento em que vive e pondere no resultado.

Nada mais a acrescentar ....
"Love all, trust few, do wrong to none...."

onetruth

Citação de: Anark em Junho 08, 2016, 03:01:22
Citação de: Fleite em Junho 05, 2016, 01:43:19

     São 40 anos a desejar que a noite não chegue, a sofrer por antecipação o que sabe que vai ser obrigada a fazer e a suportar no corpo e na alma. São 24 horas por dia vividos a fingir que se vive, para que numa hora em que o sofrimento é tanto que até a coragem sobrevém, se decide a pedir ajuda. Ouça a resposta que lhe foi dada e misture-a com o sofrimento em que vive e pondere no resultado.

Nada mais a acrescentar ....
Pode muito bem ser isto que acontece, mas ninguém sabe realmente isso e estar a supor que o cenário é este, trata-se de uma suposição. Neste caso, parece-me é alguém a colocar-se no lugar na vítima e imaginar como se sentiria se fosse a vítima. Mas não é garantido que essa pessoa se sinta assim. Talvez sofra muito, mas também se sinta conformada com essa vida, pelo tipo de perguntas que fez à taróloga. De qualquer forma, não é a vida que alguém normal deseje aos outros.
Porque apesar de tantas crenças, opiniões e perspectivas, a verdade é só uma...
Pode ser extensa e complexa, mas é só uma...