Sindrome do Solteiro

Iniciado por Amanda H, Abril 06, 2016, 09:28:46

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Amanda H

Dou este nome aos homens que temem compromissos. Pergunto o porquê de temerem se comprometer.

Autor: Valkyrie
A amizade é um amor que nunca morre.

Astaroth

Só teme o compromisso quem ainda nao encontrou a si mesmo. Daí nasce a eterna busca por todas e mais algumas, pois quem age assim busca nos outros aquilo que falta a si proprio.

Eternos adolescentes... este é o nome adequado.

_Indigo_

Bem... eu estou solteiro e não considero que tenha esse "Sindrome"  :P

DBuddy

O maior compromisso, é aquele que deveríamos assumir para com nós mesmos quando nos apercebemos na nossa existência.
Se nos apercebermos dela, todos os outros compromissos são bem vindos.
DBuddy
DBuddy

Victoria



A Síndrome do Solteiro chama-se Timidez Amorosa

Timidez amorosa (em inglês "Love shyness") é um termo criado pelo psicólogo americano Brian G. Gilmartin (1940-) para descrever um tipo de timidez crônica e severa. De acordo com sua definição, publicada em Shyness & Love: Causes, Consequences, and Treatments ("Timidez e amor: causas, consequências e tratamentos") (1987), os tímidos amorosos têm dificuldade em serem assertivos em situações informais envolvendo potenciais relações amorosas ou sexuais. Por exemplo, um tímido amoroso heterossexual terá muita dificuldade em iniciar qualquer diálogo com mulheres por causa de um forte sentimento de ansiedade.

As definições de Gilmartin
Brian Gilmartin estabeleceu sete critérios para definir cada "tímido amoroso" incluído em seu estudo:
ele é virgem; nunca teve relações sexuais;
ele é uma pessoa que raramente sai socialmente com mulheres que não sejam apenas amigas;
ele é uma pessoa sem um retrospecto de relações emocionais próximas, seja de natureza romântica e/ou sexual com qualquer pessoa do sexo oposto;
ele é uma pessoa que sofreu e continua a sofrer emocionalmente por causa da falta de uma relação significativa com alguém do sexo oposto;
ele é um homem que se torna extremamente tomado pela ansiedade ao mero pensamento de se ver frente a frente com um mulher num encontro casual ou amigável;
ele é um homem que é estritamente heterossexual em suas orientações românticas ou eróticas;
ele é homem; nenhuma tímida amorosa foi estudada nessa pesquisa.
Gilmartin não estudou a existência de tímidas amorosas ou de homossexuais tímidos amorosos, mas ele duvidou que pudessem sentir os mesmos efeitos negativos dos homens heterossexuais. Ele suspeitou que a condição se manifestasse de forma muito diferente: principalmente por causa dos papéis sociais que forçam os homens heterossexuais e não as mulheres ou os homens homossexuais a iniciar os relacionamentos. Gilmartin explica: "a mulher heterossexual muito tímida não é tão menos capaz de namorar e se casar que a mulher confiante e não tímida. Em essência, mesmo mulheres muito tímidas casam-se. Tímidos amorosos não podem fazê-lo e não se casam independentemente de quão fortes sejam os seus desejos".

Resultados da pesquisa de Gilmartin
De acordo com Gilmartin, pessoas de todas as idades, todas as raças, todas as orientações sexuais e todos os gênerospodem ser tímidas amorosas. Entretanto, na opinião de Gilmartin, os efeitos negativos da timidez amorosa manifestam-se principalmente em homens heterossexuais. Seu banco de dados incluiu apenas homens heterossexuais. Ele estudou 200 tímidos amorosos no nível do Ensino Superior (com idades entre 19 a 24 anos), 100 tímidos amorosos mais velhos (entre 35 a 50 anos) e um grupo de comparação com 200 não tímidos, também no Ensino Superior. Os não tímidos estudados por Gilmartin não foram feitos para representar o homem médio e foram recrutados apenas os que tinham alta sociabilidade.

Temperamento e personalidade
Os tímidos amoroso na amostra de Gilmartin tinham diferenças significativas de comportamento em relação aos não tímidos. Eram significativamente neuróticos e pouco extrovertidos pela avaliação feita através do Eysenck Personality Questionnaire. Nos termos de Hans Eysenck, eles tinham um temperamento "melancólico
.
Uma minoria dos tímidos amorosos tinha certo otimismo em resolver seus problemas, enquanto todos os tímidos amorosos mais velhos eram pessimistas no tocante ao mesmo aspecto e também se mostravam muito cínicos com as mulheres e com o mundo em geral. Os homens mais velhos expressavam mais raiva em suas entrevistas, enquanto os homens mais jovens mostravam-se mais calmos.

Muito poucos nos dois grupos mergulharam nas drogas ou no álcool. Entretanto, ambos demonstravam interesses semelhantes, tais como arte e natação. Esportes competitivos não eram apreciados por nenhum dos lados na grande maioria. Ambos os lados tinham um lado espiritual muito forte.
Os homens tinham vários graus de sensibilidade em coisas como tato, paladar, luz e outras formas de estímulo. Eles tendiam a ser mais hipersensíveis que os homens não tímidos.

Interações com os pares e na vida familiar
Muitos dos tímidos amorosos, mas nenhum dos não tímidos disseram nunca ter quaisquer amigos, nem mesmo conhecidos. A grande maioria dos tímidos amorosos disseram ter sofrido bullying de crianças de sua própria idade por causa de suas inibições e interesses, enquanto nenhum dos não tímidos teve esse problema e os tímidos amorosos eram menos capazes de reagir aos agressores. Por volta da metade dos tímidos amorosos disseram ter sofrido agressão ou assédio até o Ensino Médio, enquanto nenhum dos não tímidos passou por isso. Mesmo na idade adulta, os tímidos declararam viver em isolamento social e abuso por outras pessoas. A falta de aceitação pelos outros fez dos tímidos amorosos pessoas excessivamente solitárias e depressivas. Entretanto, isto também fez esses homens rejeitarem qualquer coisa com pessoas do mesmo sexo.
Também foi declarado que eles raramente ou mesmo nunca visitavam seus filhos. Ironicamente, embora muitos dos tímidos amorosos não gostassem ou mesmo detestassem seus pais, eles os visitavam constantemente, porque eles eram as únicas pessoas com as quais podiam interagir e também receber apoio financeiro, apesar da pesada rejeição. Esta rejeição gerava muita depressão e tristeza.



Desajustes e desordens de ansiedades
Os tímidos amorosos estudados por Gilmartin eram mal ajustados e infelizes com suas vidas, com uma alta taxa dedesordens de ansiedade, com possíveis problemas mentais. Ele notou de que os tímidos amorosos têm consideravelmente mais fantasias violentas, estavam muito pessimistas e cínicos com o mundo e estavam muito propensos a acreditar que ninguém se importava com eles, assim como tinham mais dificuldades para se concentrarem. Também encontrou uma tendência em alguns dos tímidos amorosos a olhar compulsivamente para as mulheres ou mesmo segui-las, mas sem serem capazes de falar com elas, às vezes criando-lhes problemas com as autoridades escolares em função da ameaça potencial. Muitos dos tímidos amorosos também falaram da frequência de sentimentos dedepressão, solidão e alienamento social. Uma pequena parte dos homens frequentemente buscaram desassociar-se darealidade através de variados meios. Gilmartin notou que 40% dos tímidos amorosos mais velhos haviam considerado seriamente a possibilidade de cometer suicídio.

Carreira, dinheiro e educação
Gilmartin notou que os 100 tímidos amorosos mais velhos estudados estavam com salários abaixo da média e uma grande instabilidade em suas carreiras. Embora quase todos tenham conseguido completar com sucesso o Ensino Superior, seus salários estavam bem abaixo da média. Eles eram tipicamente subempregados e estavam em trabalhos de baixa remuneração, tais como o de taxista. Na época da pesquisa de Gilmartin (de 1979 a 1982), 3,6% dos formados na universidade nos Estados Unidos estavam desempregados. Mas entre os tímidos amorosos mais velhos enfrentavam uma desproporcional taxa de desemprego de 16% em função de sua experiências anteriores ruins. Como resultado, todos os tímidos amorosos estavam na classe média baixa ou em classes ainda mais baixas.

A renda dos tímidos amorosos mais velhos estava fortemente influenciada por sua escolha de curso na faculdade. Sua média anual de renda era de U$ 14.782,00 (U$38.100,00 em dólares de 2008). Entre os graduados em administração,ciência da computação ou engenharia, a média era de U$21.163,00 (U$54.600,00 em dólares de 2008).
Sendo solteiros os tímidos amorosos mais velhos viviam todos em apartamentos. Como consequência de suas inibições sociais e sexuais e da subsequente limitação de sua rede social, a situação financeira deles era em geral menos auspiciosa, frequentemente tendo poucas condições para agrados próprios e luxos, tendo de viver em bairros menos prestigiados. É notável que nenhum dos tímidos mais velhos estudados por Gilmartin era proprietário da casa em que vivia, sendo seus lugares de residência apartamentos de aluguel. Ao mesmo tempo em que muitos desses homens haviam sido excelentes estudantes, os efeitos de sua timidez tiveram um efeito negativo em suas vidas e também a impressão que geraram em seus empregadores. Isto diminuiu muitas oportunidades em suas carreiras da mesma forma que o fez em suas vidas amorosas.

Música
De acordo com Gilmartin, os tímidos amorosos tendiam a preferir baladas de amor como as da Broadway, jazz, "easy listening", trilhas de filmes e música clássica leve, não a tradicional. A música apreciada pelos tímidos amorosos foi considerada aborrecida pela maioria dos não tímidos.

Cinema
Gilmartin reuniu uma lista de filmes entre 1945 e 1980 que foram mais assistidos pelos tímidos amorosos americanos em seu estudo. De acordo com o pesquisador, a lista completa dos 63 filmes mais vistos puderam ser classificados em duas categorias: "pesados", com histórias de amor fortes e musicais escapistas com forte sabor romântico.

A teoria de Gilmartin
Causas da timidez amorosa
Gilmartin estima que a timidez amorosa afete aproximadamente 1,5% dos homens americanos. De acordo com o estudioso, a timidez amorosa é, tal como muitas características psicológicas humanas, o resultado de uma combinação de fatores biológicos, genéticos, culturais, familiares, religiosos, etc.). Ele também acredita que a timidez é uma condição que precisa ser curada. ele diz em seu livro: "A timidez NUNCA[1] é boa". A timidez mutila o livre arbítrio e a autodeterminação e limita o autocontrole.
Fatores cruciais que exacerbam o desenvolvimento negativo durante a infância do tímido amoroso são:
ser vítima de bullying no ambiente escolar; os tímidos amorosos são vulneráveis ao bullying de seu grupo, por causa de sua timidez e de suas inibições; a não adaptação ao grupo torna o menino tímido um alvo, sem qualquer culpa própria;
culpa dos pais; quando uma criança recebe estímulos negativos dos pais, tais como castigos corporais, abusos, agressões verbais, críticas, rebaixamentos, comparações negativas e indiferenças, isto fará o menino se retrair ainda mais em sua concha.

Timidez amorosa, orientação sexual e gênero
Gilmartin acredita que a timidez amorosa possa ter seus efeitos mais severos em homens heterossexuais, por causa dos papéis de gênero. Ele argumenta que pode ser possível para as mulheres tímidas e homens homossexuais se envolverem em relacionamentos íntimos sem precisar tomar qualquer iniciativa, simplesmente ao esperar por alguém mais assertivo. De acordo com o psicólogo, as mulheres tímidas têm mais facilidade ou tanta facilidade quanto as mulheres não tímidas para namorar, casar-se e ter filhos, não sendo este o caso dos homens heterossexuais. Alguns procuraram agências de encontros, mas não se sabe se houve sucesso nessas empreitadas. A timidez amorosa também pode ser associada ao celibato involuntário.

Tratamento, esperanças para os tímidos amorosos e propostas de mudança na sociedade
Gilmartin propõe que a terapia da "prática de namoro" permitiria aos tímidos amorosos desenvolver habilidades sociais cruciais numa situação não intimidadora para então poder vencer suas ansiedades. Esta abordagem, ele afirma, curaria com sucesso a maioria dos participantes de sua timidez amorosa. Ele também prevê que a prática de namoro vai ajudar a eliminar a obsessão dos tímidos amorosos com mulheres de grande beleza natural.
Gilmartin também percebeu que os tímidos amorosos mais jovens têm mais chance de superar sua timidez desde que sejam tratados com menos dureza por seus pares do que os tímidos amorosos mais velhos foram. Entretanto, sua pesquisa ainda tem de ser atualizada, pois ainda não se sabe se algum dos homens foi capaz de resolver suas dificuldades.

Desenvolvimentos posteriores
Talmer Shockley, um tímido amoroso confesso, recentemente escreveu The Love-Shy Survival Guide ("O Guia de Sobrevivência do Tímido Amoroso") (2009). O livro de Shockley se diferencia dos livros e pesquisas de Gilmartin em poucas questões. Shockley classifica a timidez amorosa como uma fobia (ainda que não causada por algum incidentetraumático na infância), ele reconhece a existência de tímidas amorosas e sua necessidade de ajuda, oferece soluções práticas para vencer a timidez amorosa e explora o inter-relacionamento entre timidez amorosa e a Síndrome de Asperger.

Fonte: adaptado da wikipédia